segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cinco textos paradidáticos


E se a gente vivesse em Marte?

Não haveria raças diferentes, a fauna e a flora seriam menos diversificadas e nosso corpo seria coberto por pelos.

O mundo seria um mundinho. Marte é bem menor do que a Terra. Para piorar, um oceano se estenderia por quase todo o hemisfério norte e um pedaço do sul - o planeta era assim há bilhões de anos, segundo um estudo da Universidade do Colorado. E só nessas condições poderíamos viver por lá, já que precisamos de água. No fim das contas, a área habitável equivaleria a 18% da superfície da Terra. Seria um sufoco dividir esse espaço. Para manter os padrões terráqueos - uma densidade de 13 habitantes por quilômetro quadrado -, somaríamos apenas 2 bilhões em Marte (e não 6,8 bilhões, como hoje na Terra).
Para a vida se desenvolver, é preciso água, carbono e nitrogênio. Somando um planeta estável e luz solar, apareceriam as primeiras formas de vida. Em Marte, elas seriam parecidas (senão idênticas) às que surgiram na Terra. Teríamos, no entanto, fauna e flora pouco diversificadas. Um dos principais incentivos para a evolução é o isolamento de grupos da mesma espécie, o que leva um dos grupos a se diferenciar do outro com o tempo. Em um mundo de um só continente, essa separação não aconteceria. E novas espécies não surgiriam com tanta frequência. O resultado seria um planeta pobre em plantas e animais. 

Haveria algumas diferenças importantes no nosso modo de vida. Faz mais frio em Marte do que na Terra. E a gravidade lá é só 1/3 da terráquea. Voar seria mais fácil: muitos animais desenvolveriam asas ao longo da evolução, e viajar de avião seria mais barato e prático. Para completar, se todo mundo vivesse tanto quanto hoje, a expectativa média seria de 35 anos. Calma, a gente não morreria mais cedo. É que um ano lá tem 668 dias marcianos, ou 687 dias terrestres. 


Alô, alô, marciano 

 Um só povo
Marte teria um único continente cercado por oceanos (ou seja, seria um planeta azul, e não vermelho). Isso influenciaria o desenvolvimento da humanidade. Sem barreiras naturais, não haveria diferenças raciais e culturais na população. Seríamos parecidos e falaríamos a mesma língua em todo o planeta. 

Pra onde tenha sol
Por causa da órbita de Marte e de sua inclinação em relação ao Sol, primavera e verão são mais longos no hemisfério norte do que no hemisfério sul. No norte, são 296 dias de frio glacial (contando outono e inverno). No sul, 372. Seria comum ver gente viajar de jatinho pra se bronzear no outro hemisfério. 

Homo Tonyramus
A evolução é imprevisível, não dá para saber exatamente como seríamos. Mas provavelmente teríamos pelos grossos pra aguentar o friozinho. Como está mais distante do Sol, Marte recebe só metade da luz que temos na Terra. Já a gravidade menor ajudaria a manter seu bumbum durinho por mais tempo. 

Corrida espacial
Marte não tem um satélite como a Lua, que protege a Terra de asteroides e regula sua velocidade e eixo de rotação. Perigo: Marte é mais vulnerável a extinções em massa. Precisaríamos buscar outros planetas para colonizar. Uma opção seria um planeta vizinho, o terceiro em distância do Sol, chamado Terra. 

No, não temos bananas
Esqueça coco, jabuticaba, manga. Plantas de grande porte não nasceriam em um planeta com pouca luz, e muitas das nossas frutas (como a banana) dependem de clima tropical. Mas poderíamos cultivar legumes e verduras. E comer carne, principalmente de aves, já que elas existiriam em abundância. 

Jogos Olímpicos
Marte tem o monte Olimpo. É a maior montanha do Sistema Solar: 22 quilômetros de altura. Desafio e tanto pra quem quisesse subir ao topo, mas a menor gravidade ajudaria. Em um mundo onde tudo é mais leve, teríamos mais estímulo para praticar esportes como alpinismo e voo livre.

Fontes: The World Factbook - CIA; Nasa; Nasa Astrobiology Institute; Planetary Society; Departamento de Geologia - Universidade do Colorado; ESA - Agência Espacial Europeia


Superinteressante. Março 2011.







O poder dos insetos

Eles usam armadilhas, camuflagens, armas químicas e biológicas para atacar e se defender. Graças a esse arsenal, matam mais humanos do que qualquer outro animal (exceto aquele chamado homem)

POPULAÇÃO 

No mundo, o total estimado de insetos é de 10 quintilhões - 10.000.000.000.000.000.000 

165 milhões por pessoa 

E eles são...

50% de todos os seres vivos 

90% de todos os animais 

Estão divididos em 30 milhões de espécies, segundo as estimativas mais exageradas. 


SUPERPODERES 

150x o tamanho do próprio corpo é quanto uma pulga pode saltar. Seria como um humano pular a altura de 85 andares. 

360 graus é quanto o louva-a-deus gira a própria cabeça. 

50x o comprimento do próprio corpo é a distância a que o percevejo assassino consegue cuspir seu veneno. 

300 km/h velocidade que o homem atingiria se corresse como a barata, que faz 70 centímetros por segundo. 

850x o próprio peso É o que o besouro-hércules consegue levantar - o mesmo que um humano erguer 60 toneladas, ou dois Boeing 737. 

30 mil lentes. É o número em cada olho de uma libélula.


ELES X NÓS 

1 em cada 17 mortes é causada por veneno de insetos ou doenças transmitidas por eles. 

50 mortes são causadas por picada de abelha nos EUA por ano. 

1 em cada 6 pessoas está contaminada com alguma doença transmitida por mosquitos. 

8 milhões de pessoas ficam cegas por ano por tracoma, disseminado por insetos. 

2 milhões é o número de mortes anuais por malária, transmitida por mosquitos.


O MAIOR INSETO QUE JÁ EXISTIU 

Foi uma libélula de espécie já extinta. Ela tinha 1 metro de comprimento. 


O MAIOR INSETO DO MUNDO 

É o besouro gigante (Titanus giganteus) que vive na Amazônia. Ele tem 17 centímetros. 


O MENOR INSETO DO MUNDO 

É o Megaphragma caribea, uma mosquinha que vive em alguns países do Caribe. Ela tem 0,17 milímetro


ARMAS 

Fedor - Joaninhas, barbeiros e besouros exalam um cheiro que dá nojo, para não serem comidos. 

Fricção - Abelhas asiáticas aquecem vespas inimigas esfregando o corpo nelas. As vespas morrem assadas. 

Ardência - O besouro bombardeiro junta duas partes do corpo para lançar um líquido que arde como fogo. 

Dor - Varia de leve (mosquito) a extrema (taturanas) e quase insuportável (vespas).


Fontes Organização Mundial da Saúde (OMS); Smithsonian Institute; Australian Biological Resources Study; Instituto de Biologia da Unicamp; Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo; Centro de Informações em Saúde para Viajantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Confederação Brasileira de Apicultura.

Superinteressante – junho de 2011







Saiba mais sobre a Lua

Bolas de golfe, sacos de xixi e jipes. Tudo isso está espalhado na Lua. E tem mais: oxigênio, água e um combustível precioso também estão em abundância no nosso satélite - que, aliás, garante a nossa sobrevivência aqui na Terra

Pedaços de nós
Há 4,45 bilhões de anos, um planeta do tamanho de Marte chamado Theia colidiu com a Terra, foi destruído e rompeu partes da camada mais externa do nosso planeta. Foi desses |destroços que nasceu a Lua. Ela é 95% de rocha igualzinha às que estão aqui. Foi o que descobriram os cientistas ao analisar amostras lunares
Lar, doce lar

A Nasa comprova: há gelo nos polos lunares dentro de crateras que não pegam sol. Mas a grande descoberta é a água em estado líquido - quer dizer, moléculas de água. E também de um mineral lunar capaz de gerar oxigênio: a ilmenita, um óxido de titânio que, se exposto ao calor, libera oxigênio. E a Lua está pronta para virar nossa casa: tem água, oxigênio e combustível.


Bugigangas

Na primeira viagem à Lua, ficaram por lá uma bandeira americana, uma placa de metal, jipes, câmeras e tripés que transmitiram as imagens do solo lunar. Em 1971 foram deixadas para trás duas bolas de golfe jogadas por Alan Shepard. Também há alguns objetos dos astronautas, como roupas, botas, ferramentas e até sacos de xixi. Estima-se que eles levaram 382 quilos de pedras lunares e que essa mesma quantidade de objetos (lixo?) foi abandonada.


Fita métrica

Espelhos refletores em solo lunar foram direcionados para a Terra para medir a distância até lá: basta disparar um laser daqui e fazer um cálculo do tempo de retorno da luz. Assim se tornou possível medir a distância exata da Lua: 384 000 km. São quase 10 viagens de ida e volta ao Japão. Os espelhos, aliás, comprovam outra coisa ainda mais importante: que de fato estivemos na Lua.


Vida na terra

Saber a distância certa até a Lua fez com que os astronautas percebessem algo estranho: |todos os anos ela se afasta 3,8 cm de nós. Mas há um problema: quanto mais longe está a Lua, mais devagar a Terra gira. Em 1 milhão de anos teremos dias com 26 horas, e em 15 bilhões a Terra para. Um lado pegará fogo, e o outro congelará. Mas não se preocupe: em 1 bilhão de anos o Sol estará 10% mais quente e a Terra será um forno sem água, vida ou nem mesmo Lua. 


Fontes NASA, Amaury Augusto de Almeida, astrônomo do Instituto de Astronomia, Geofísica, Ciências Atmosféricas da USP, Denis Zogbi, astrônomo e secretário geral do Clube de Astronomia de São Paulo.

Superinteressante – maio de 2011



E se a gente usasse 100% do cérebro?

O que aconteceria se a gente usasse 100% do cérebro?

por Bruna Maia e Ivan Martínez

Na verdade, a gente até usa. Só que não 100% dos 100%. Um ato tão simples quanto conversar com o colega ao lado pode ativar todas as áreas do cérebro. Mas só uma parte do potencial de cada uma. Se todas as áreas funcionassem em potência máxima, e ao mesmo tempo, teríamos uma capacidade de digerir informações, sensações e pensamentos muito maior. 

É como um computador: usando todos os seus recursos, o cérebro teria muito mais capacidade de processamento. Não ganharíamos superpoderes. Mas quebrar códigos, tirar conclusões e analisar situações seriam tarefas muito mais fáceis. Como não existe registro de homem que tenha vivido com essa supermáquina na cabeça, a referência mais próxima são os superdotados, que têm maior capacidade de raciocínio. "Eles relacionam informações e formam conexões com mais facilidade", diz a psicóloga Cristiane Cruz, presidente da Mensa Brasil, associação que busca reunir os 2% mais inteligentes do país. Ou seja, seríamos todos superdotados - e ainda mais poderosos. 

Ainda assim, ninguém seria bom em absolutamente tudo. Alguns teriam facilidade para música, outros para física. "Mesmo mais inteligentes, continuaríamos sendo diferentes um do outro desde o nascimento, porque os genes de cada um interferem na inteligência", diz Ailton Amélio, professor de psicologia da USP. Há algo, no entanto, que seria comum a todos: nosso cérebro ficaria cansado de tanto trabalho. E, exatamente como um computador, daria pau de vez em quando, nos deixando com uma bela dor de cabeça. 


De pirar o cabeção 

A vida com um cérebro em modo máximo 


Deu branco 

Áreas estimuladas do cérebro gastam 1% mais energia do que as em repouso. Esse trabalho extra resultaria em uma canseira mental. E o cérebro pifaria vez ou outra, nos dando dor de cabeça e brancos na memória. 


Asas à imaginação 

A criatividade correria solta e ninguém ficaria preso a uma única área. Seríamos como Leonardo da Vinci: ele pintou quadros, estudou o corpo e inventou geringonças. A inovação caminharia mais rápido. 


Bipolares 

O tamanho de certas áreas do cérebro está ligado a traços da personalidade. Intensificar a atividade delas seria exacerbar esses traços. Tímidos nem sairiam de casa. Extrovertidos seriam uns palhaços. 


Razão e insensibilidade 

Usaríamos a lógica para calcular todas as consequências de nossos atos. E as consequências das consequências. Uma pesquisa com superdotados mostrou que 87,5% dos participantes eram perfeccionistas. Como eles, sofreríamos buscando sempre a melhor escolha. 


Multitaskeando 

Concentrar-se em uma só coisa seria difícil. Ficaríamos o tempo todo ligados, mudando de uma atividade para outra. É o que acontece com os superdotados - 76% deles se mostraram hiperativos em um estudo brasileiro, enquanto na população essa parcela é de só 5%. 


Fontes Mensa Brasil; Ailton Amélio da Silva, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP); Alexandre Valotta, neurocientista e professor da Universidade Federal de São Paulo; Testing Predictions from Personality, Neuroscience: Brain Structure and the Big Five, de Colin G. DeYoung e outros; Voices of Perfectionism: Perfectionistic Gifted Adolescents in a Rural Middle School, de Patricia A. Schuler.




Superinteressante - agosto de 2011





A irmã da Terra

A descoberta de um planeta muito parecido com o que habitamos abre uma possibilidade espetacular: a existência de vida extraterrestre

Há apenas vinte anos, não existia comprovação da existência de planetas fora do sistema solar. Com o avanço da tecnologia de observação do espaço, os astrônomos já conseguiram descobrir quase 500 deles no universo. São os chamados exoplanetas. Na semana passada, dois cientistas americanos anunciaram a descoberta do exoplaneta que, entre todos os já avistados, guarda maior similaridade com a Terra. Batizado de Gliese 581g, ele órbita em torno da estrela Gliese 581, na constelação de Libra. “Seu tamanho, força de gravidade e variação de temperatura na superfície fazem dele um astro muito parecido com o planeta que habitamos”, disse a VEJA o astrônomo Steven Vogt, da Universidade da Califórnia, um dos autores da descoberta. O Gliese 581g foi avistado depois de onze anos de observações. Os pesquisadores também cruzaram seus dados com os da equipe de astrônomos suíços que, há três anos, descobriu quatro planetas orbitando a Gliese 581. Em um deles, identificaram-se semelhanças com a Terra, mas o astro agora descoberto pode ser considerado um irmão de nosso planeta.
O Gliese 581g orbita seu sol na região que, em astronomia, se chama zona habitável de um sistema estelar. Nessa região, um planeta recebe calor na quantidade exata para permitir a existência de água em estado líquido em sua superfície. É possível, portanto, que o Gliese 581g abrigue alguma forma de vida – mas dificilmente se poderá saber. O planeta está localizado a 20 anos-luz da Terra, o equivalente a 190 trilhões de quilômetros. A distância é pequena para os padrões cósmicos, mas impossível de ser percorrida por uma nave espacial, muito menos por uma nave tripulada. Uma viagem a Gliese 581g num dos ônibus espaciais da Nasa levaria 766000 anos, quatro vezes o tempo que o Homo sapiens habita a Terra.
A Gliese 581 é uma estrela anã vermelha, um astro de luminosidade inferior à do Sol e está na metade de sua vida – deve brilhar por “apenas” mais 5 bilhoes de anos. Até a descoberta de seu sistema, nenhum dos exoplanetas observados apresentava condições adequadas para abrigar vida da forma que a conhecemos. Eles são, na maioria, imensas bolas de gases venenosos com força gravitacional colossal. O Gliese 581g abre uma nova fronteira na astrofísica.

Alexandre Salvador. Veja, ed. 2185 – ano 43 – nº 40 – 6 de outubro de 2010.




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Um desses três textos estará na avaliação parcial do 4º bimestre


A irmã da Terra
A descoberta de um planeta muito parecido com o que habitamos abre uma possibilidade espetacular: a existência de vida extraterrestre

Há apenas vinte anos, não existia comprovação da existência de planetas fora do sistema solar. Com o avanço da tecnologia de observação do espaço, os astrônomos já conseguiram descobrir quase 500 deles no universo. São os chamados exoplanetas. Na semana passada, dois cientistas americanos anunciaram a descoberta do exoplaneta que, entre todos os já avistados, guarda maior similaridade com a Terra. Batizado de Gliese 581g, ele órbita em torno da estrela Gliese 581, na constelação de Libra. “Seu tamanho, força de gravidade e variação de temperatura na superfície fazem dele um astro muito parecido com o planeta que habitamos”, disse a VEJA o astrônomo Steven Vogt, da Universidade da Califórnia, um dos autores da descoberta. O Gliese 581g foi avistado depois de onze anos de observações. Os pesquisadores também cruzaram seus dados com os da equipe de astrônomos suíços que, há três anos, descobriu quatro planetas orbitando a Gliese 581. Em um deles, identificaram-se semelhanças com a Terra, mas o astro agora descoberto pode ser considerado um irmão de nosso planeta.
O Gliese 581g orbita seu sol na região que, em astronomia, se chama zona habitável de um sistema estelar. Nessa região, um planeta recebe calor na quantidade exata para permitir a existência de água em estado líquido em sua superfície. É possível, portanto, que o Gliese 581g abrigue alguma forma de vida – mas dificilmente se poderá saber. O planeta está localizado a 20 anos-luz da Terra, o equivalente a 190 trilhões de quilômetros. A distância é pequena para os padrões cósmicos, mas impossível de ser percorrida por uma nave espacial, muito menos por uma nave tripulada. Uma viagem a Gliese 581g num dos ônibus espaciais da Nasa levaria 766000 anos, quatro vezes o tempo que o Homo sapiens habita a Terra.
A Gliese 581 é uma estrela anã vermelha, um astro de luminosidade inferior à do Sol e está na metade de sua vida – deve brilhar por “apenas” mais 5 bilhoes de anos. Até a descoberta de seu sistema, nenhum dos exoplanetas observados apresentava condições adequadas para abrigar vida da forma que a conhecemos. Eles são, na maioria, imensas bolas de gases venenosos com força gravitacional colossal. O Gliese 581g abre uma nova fronteira na astrofísica.
Alexandre Salvador. Veja, ed. 2185 – ano 43 – nº 40 – 6 de outubro de 2010.









PROCURA-SE!

Os beija-flores ou colibris estão entre as menores aves do mundo e são as únicas capazes de ficar voando no mesmo lugar, como um helicóptero, ou de voar para trás. Para isso, porém, as suas pequenas asas precisam movimentar-se muito depressa, o que gasta muita energia. Assim, eles precisam se alimentar bastante, e algumas espécies podem comer em um único dia até oito vezes o seu próprio peso. Uau!

O balança-rabo-canela é um beija-flor pequeno que pesa apenas nove gramas e só existe no Brasil. Ele tem as costas esverdeadas e a parte de baixo do corpo na cor canela, com um tom mais escuro na garganta. As penas da cauda, por sua vez, são de cor bronze e têm as pontas brancas. A ave possui ainda uma fina listra branca em cima e embaixo dos olhos.

Assim como os outros beija-flores, o balança-rabo-canela geralmente se alimenta de pequenos insetos, aranha e néctar, um líquido doce produzido pelas flores. Para sugá-lo, essas aves têm uma língua com ponta dupla, que forma dois pequenos canudos.
É comum os beija-flores ficarem com os grãos de pólen das flores grudados nas penas e no bico depois de sugarem o néctar. Assim, acabam levando-os de uma flor a outra, à medida que seguem seu caminho. Como as flores precisam do pólen para produzir sementes, os beija-flores, sem querer, ajudam-nas ao fazer esse transporte e acabam beneficiados também: afinal, o néctar das flores é um dos seus alimentos.
Os beija-flores enxergam muito bem, e muitas flores possuem cores fortes, como vermelho ou laranja, para atraírem a sua atenção. Embora muito pequenas, essas aves são muito valentes e sabem defender seus recursos, como as flores que utilizam para se alimentar. Assim, alguns machos podem até expulsar as fêmeas da sua própria espécie caso elas cheguem perto da comida. Na luta pela sobrevivência parece não haver espaço para gentileza: machos e fêmeas geralmente se juntam apenas na época da reprodução.
O balança-rabo-canela coloca seus ovos de setembro a fevereiro e choca-os durante 15 dias. A fêmea é quem constrói o ninho e também cuida dos filhotes por quase um mês após o nascimento para que eles consigam sobreviver sozinhos.
O pequeno balança-rabo-canela está ameaçado de extinção por conta da destruição do ambiente onde vive, ou seja, do seu habitat. As matas que servem de lar para essa ave estão sendo destruídas de maneira acelerada para a criação de animais, o cultivo de alimentos, a instalação de indústrias e pelo crescimento das cidades. Portanto, precisamos preservá-las para que esse belo beija-flor não desapareça para sempre.
   
    FONSECA, Lorena C.N; ALVES, Maria Alice. Procura-se! Ciência Hoje para Crianças, Rio de Janeiro, n.159, jul. de 2005.





                     Como os mosquitos voam na chuva

Essa é uma batalha difícil: o mosquito contra uma gota de chuva. Os dois têm tamanho aproximadamente igual, mas a gota de chuva é 50 vezes mais pesada do que o inseto. Mas então, como os mosquitos sobrevivem em condições úmidas?


               Para saber como os insetos “lutam” com a gota de chuva, o engenheiro mecânico David Hu, da Georgia Institute of Technology, em Atlanta, resolveu filmar o mosquito embaixo do chuveiro

Para descobrir como – ou se – os mosquitos podem voar na chuva a equipe de Hu usou câmeras de alta velocidade para captar esse momento. Foi feita uma “caixa de chuva”, um pequeno recipiente em acrílico com um teto de malha.


               Neste telhado, foi usada água do chuveiro para simular a chuva. Ao contrário do mito, os mosquitos não desviam da água. “Eles não mostraram nenhum sinal de tentar evitar as gotas de chuva”, disse Hu. 

                Em vez disso, as imagens mostraram os mosquitos levando “golpes” diretamente das gotículas de água que, por um momento, alteravam o curso do voo do mosquito, que em seguida, se estabilizava.



                 De acordo com os cálculos de HU, uma gota de chuva perde apenas 2% de sua velocidade ao atingir o mosquito e que, apesar do seu peso, o choque com o inseto não é suficientemente forte para interromper seu voo.

                                                                             http://revistagalileu.globo.com/






sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Este é o texto da Avaliação Global - 3º bimestre 2011

Terminada a guerra de Troia, que durou dez anos, Odisseu e seus companheiros saem em direção a Ítaca.  No mar, a esquadra inicial é de doze navios.  São muitas as perdas no caminho...  No único navio que resta, chegam à ilha de Circe.  A feiticeira, que sabia da existência de Odisseu e esperava por ele, promete ajudá-lo a sair da ilha, desde que viva com ela por um mês.  Passa-se um ano, e é preciso que Polites lembre Odisseu de que já se demoraram demais ali.  É exatamente desse momento da história que fala o texto a seguir. 

Um vivo entre os mortos                                   


O mês se tornou uma estação.  A estação se estendeu a um ano.  E somente então é que Odisseu voltou a pensar em seu reino de três ilhas.  A vida com Circe era tão doce quanto a fruta do lótus: era capaz de levar um homem a esquecer seu lar e sua família. Então seu melhor amigo, Polites, veio até ele e disse:
¾ A memória de Posêidon pode ser longa ou pode ser curta, mas a sua, Odisseu, já o abandonou totalmente se você tiver esquecido sua bela rainha.  Seus homens têm mulheres e filhos, também, e já estivemos longe deles, agora, por mais de onze anos!
Assim, Odisseu foi até Circe e abraçou-a como que para se desculpar, dizendo:
¾ É tempo de partir.  Um ano atrás, você prometeu que me enviaria a um lugar onde poderei conhecer o caminho para casa e o segredo das coisas por vir.  Quem é esse oráculo?  Onde o encontrarei?
Circe mordeu o lábio inferior e cerrou os punhos:
            ¾ Muito bem.  Eu lhe direi.  Estava escrito, desde que nasci, que eu o amaria e o perderia.  Mas as orientações que lhe darei não lhe agradarão.  Talvez você não ouse segui-las.
            ¾ Não se atreva, senhora!  Eu sou Odisseu, rei de Ítaca, herói de Troia, cujas façanhas...
            ¾ Sim, sim...  Tudo bem.  Sua trilha tem de passar pelas sombras do mundo inferior. Lá, entre os espíritos dos mortos, você encontrará o oráculo Tirésias.  Ele pode lhe dizer o que já houve e o que há de haver, e também o que é verdadeiro.
¾ Não! ¾  gritou Odisseu.  Pôs as mãos sobre os ouvidos e apertou bem os olhos. ¾  Não! Não! Não! Retire o que disse, Circe!  Veja como estou tremendo! Veja como o suor escorre do meu rosto!  Retire o que disse, Circe, ou transformará num covarde um homem que encarou a morte nos olhos cinquenta vezes e nunca vacilou!  Descer ao mundo inferior antes de minha hora?  Esfregar meu rosto no de fantasmas na escuridão sem fim?  Zeus! O coração de um homem se despedaçaria!  Não!  Nunca!  Não! 
            Circe permanecia calada, e seus olhos se deliciaram com a ideia de que Odisseu agora ficaria com ela para sempre.  Ele se atirou no divã branco da feiticeira e uivou como um lobo por mais de uma hora.  Em seguida, ficou de pé, respirou fundo três vezes, endireitou os ombros e rumou para a praia, onde seus homens dormiam junto ao navio.
            ¾ A bordo, homens!  A bordo, já, e eu comandarei o leme!  Circe, a feiticeira, me explicou nosso caminho para casa, e é tempo de içar velas!
            Enquanto o casco do veloz navio negro de proa vermelha era arrastado pela areia branca e suas pranchas secas inchavam ao toque do mar, Circe desceu correndo até a praia e penetrou nas ondas até a água lhe tocar os joelhos.
            ¾ Que os deuses olhem por você, Odisseu!  Dirija o navio no rumo do sol poente.  Ali o rio Oceano puxará vocês sem necessidade de remar.  Firme o leme e faça um sacrifício a Hades, o deus dos mortos.

               Odisseia, Homero. Ed. Ática, col. O tesouro dos clássicos juvenil,  págs. 61-63.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Roteiro para Concluir a Historinha e enviar aos professores


Após publicar sua historinha copie o link da historinha. Exemplo: http://Pixton.com/ic:9qsvejq0
Acesse seu e-mail. (Hotmail, Gmail, Bol).
www.hotmail.com, www.gmail.com, www.bol.com.br.
Na caixa de entrada do seu e-mail envie um e-mail aos professores Kennedy e Ana Paula.
Kennedy: prof.kennedymachado@gmail.com
Ana Paula: anacgpb@gmail.com
No email cole o link da historinha e envie aos professores.

sábado, 14 de maio de 2011

O cartum e algumas das tirinhas abaixo são os textos que estarão presentes na nossa próxima avaliação, dia 17 de maio de 2011. Preste bastante atenção ao que se passa nessas imagens, principalmente ao cartum (o desenho logo abaixo), pois ele não contém palavras, mas passa muitas informações importantes sobre comunicação.
Além desse material, lembre-se do que conversamos: há vários exercícios sobre substantivos postados no marcador "substantivo". Faça-os com atenção e, seguramente, os resultados na avaliação serão positivos. Bons estudos e que Deus os abençoe.










segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eis o texto da avaliação de recuperação do 1º bimestre

Por que o mar tanto chora

1 Era uma vez uma rainha que estava casada havia muito tempo e nunca tivera um filho. “Meu Deus, permita que eu engravide, nem que seja para dar à luz uma serpente”, ela rezava noite e dia. Até que por fim Deus ouviu sua prece e lhe concedeu uma filha, que nasceu com uma cobra enrolada no pescoço.

A princesa recebeu o nome de Maria e, assim que aprendeu a falar, chamou a cobra de Dona Labismina. As duas eram grandes amigas. Passeavam muito pela praia, nadavam juntas, brincavam. Às vezes, Maria deixava Dona Labismina mergulhar sozinha, mas, se ela demorava a voltar, punha-se a chorar em grande aflição.

Um dia, a cobra entrou no mar e desapareceu. Antes, porém, disse à princesa que, se estivesse em perigo, bastaria chamá-la.

Anos depois, a rainha de um país vizinho adoeceu. Quando estava prestes a morrer, tirou um anel do dedo e o entregou ao rei, seu marido, dizendo-lhe: “Se você se casar de novo, escolha uma princesa em cujo dedo caiba este anel direitinho”.

5 Tão logo ficou viúvo, o rei, que era um homem velho, feio e rabugento, resolveu procurar uma noiva. Mandou o anel para todas as princesas do mundo experimentarem, e ele não coube em nenhum dedo.

Então descobriu que uma princesa ainda não o experimentara: Maria. Foi visitá-la em seu palácio e sem a menor dificuldade colocou-lhe o anel no dedo. Maria não queria se casar com aquele homem horroroso, mas seus pais exultaram, pois o viúvo era imensamente rico.

O casamento foi marcado para breve. A pobre noiva, desesperada, chorou dias a fio, até que se lembrou do que Dona Labismina lhe dissera ao se despedir. Foi então para a praia, chamou sua amiga fiel e lhe contou o que estava acontecendo. “Não se preocupe”, a cobra falou. “Diga ao rei que só se casará com ele se lhe der um vestido da cor da mata com todas as flores.”

Maria fez exatamente como Dona Labismina recomendou. O velho ficou muito aborrecido, mas, como estava encantado com a beleza da noiva, prometeu que lhe daria o tal vestido. Demorou bastante tempo, porém acabou cumprindo a palavra.

“E agora, o que vou fazer?”, a princesa perguntou a cobra. “Diga-lhe que só se casará com ele se lhe der um vestido da cor do mar com todos os peixes”, respondeu a boa amiga.

10 O rei se aborreceu ainda mais, porém fez de tudo para atender à exigência da noiva. E lá se foi Maria novamente pedir socorro a Dona Labismina. “Diga-lhe que só se casará com ele se lhe der um vestido da cor do céu com todas as estrelas”, recomendou a cobra.

Ao tomar conhecimento desse novo capricho, o rei ficou terrivelmente irritado, mas, como nas outras vezes, prometeu satisfazê-lo e não deixou de cumprir a promessa.

Desesperada, a princesa correu para a praia, onde sua fiel amiga já a esperava, com um barco a postos. “Fuja, depressa!”, disse-lhe Dona Labismina. “Este barco a levará para um reino distante, onde você se casará com o filho do rei. No dia do seu casamento, vá até a praia e me chame três vezes, para que meu encantamento se rompa e eu também seja princesa.”

Maria partiu e, conforme a cobra informara, foi ter a um reino distante. Sem recursos para se manter, dirigiu-se ao palácio e pediu emprego. Encarregaram-na de cuidar do galinheiro.

Pouco depois, realizou-se na cidade uma grande festa anual, que durava três dias. A família real e os fidalgos da corte saíram para festejar com o povo. Maria recebeu ordens de ficar com as galinhas, porém, assim que se viu sozinha, pôs seu vestido da cor da mata com todas as flores, pediu a Dona Labismina uma linda carruagem e também foi à festa.

15 Todos os que viram se maravilharam com sua beleza, principalmente o filho do rei, mas ninguém a reconheceu. Maria se divertiu por algumas horas e voltou para o palácio. Estava em seu canto, toda esfarrapada, quando o príncipe chegou. “Você viu aquela beldade?”, o rapaz perguntou à mãe ao descer da carruagem. “Não acha que se parecia com a moça que cuida de nosso galinheiro?” A rainha franziu a testa, surpresa: “Imagine! A moça do galinheiro vive suja e maltrapilha...”

O príncipe deixou os pais entrarem e foi falar com Maria. “Hoje vi lá na festa uma jovem muito parecida com você...” Corando até a alma, a pobrezinha murmurou: “Por favor, Alteza, não zombe de mim!”

No dia seguinte, depois que todos saíram, Maria pôs seu vestido da cor do mar com todos os peixes e foi se divertir um pouco.

Perdidamente apaixonado, o filho do rei perguntou a uns e outros quem era aquela beleza, mas ninguém soube lhe dizer.

No terceiro dia de festa, Maria usou seu vestido azul da cor do céu com todas as estrelas e, quando ia se retirar, recebeu do príncipe uma jóia.

20 Encerrados os festejos, o filho do rei caiu numa tristeza de dar pena. Passava o tempo todo na cama, suspirando, e se recusava a comer. Sem saber mais o que fazer, a rainha ordenou à moça do galinheiro que preparasse uma canja bem suculenta. Maria obedeceu sem pestanejar e, antes de mandar a tigela de canja para o príncipe, colocou dentro o presente que ele lhe dera. Ao tomar a primeira colherada, o rapaz encontrou a jóia e saltou da cama, gritando: “Estou curado! Minha amada é a moça do galinheiro!”

A rainha chamou Maria, que se apresentou usando o vestido da cor do céu e naquele mesmo dia se casou com o príncipe.

Zonza de felicidade, a jovem se esqueceu de ir até a praia e chamar três vezes por sua fiel amiga. Assim, Dona Labismina nunca se libertou de seu encantamento, e é por isso que o mar tanto chora.

PHILIP, Neil (org.). Volta ao mundo em 52 histórias. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998. p.46-9.



quarta-feira, 30 de março de 2011

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Cada pessoa traz em si uma série de características que se traduzem no seu modo de se expressar: a região onde nasceu, o meio social em que foi criada e/ou em que vive, a profissão que exerce, a sua faixa etária, o seu nível de escolaridade.

Os exemplos a seguir ilustram esses diferentes tipos de variação.

  • a região onde nasceu (variação regional) - aipim, mandioca, macaxeira (para designar a mesma raiz); tu e você (alternância do pronome de tratamento e da forma verbal que o acompanha); vogais pretônicas abertas em algumas regiões do Nordeste; o s chiado carioca e o r porta entre os paulistas do interior...
  • o meio social em que foi criada e/ou em que vive; o nível de escolaridade (no caso brasileiro, essas variações estão normalmente inter-relacionadas (variação social) : substituição do l por r (crube, pranta, prástico); eliminação do d no gerúndio (correndo/correno;
  • a profissão que exerce: linguagem médica (ter um infarto / fazer um infarto); jargão policial ( elemento / pessoa; viatura / camburão);
  • a faixa etária: irado, sinistro (termos usados pelos jovens para elogiar, com conotação positiva, e pelos mais velhos, com conotação negativa).

VARIAÇÃO REGIONAL

Nesta dimensão, incluem-se as diferenças lingüísticas observadas entre pessoas de regiões distintas, onde se fala a mesma língua. Exemplos claros desta variação são as diferenças encontradas entre os diversos países de língua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo) ou entre regiões do Brasil (região sul, com os falares gaúcho, catarinense, por exemplo, e região nordeste, com os falares baiano, pernambucano, etc.).

Nesse tipo de variação, as diferenças mais comuns são as que encontramos no plano fonético (pronúncia, entonação) e no plano lexical (uso de palavras distintas para designar o mesmo referente, palavras com sentidos que variam de uma região para outra).


VARIAÇÃO SOCIAL / PROFISSIONAL

Sob esse ponto de vista, os dialetos correspondem às variações que existem em função da classe social a que pertencem os indivíduos. Incluem-se neste tipo de variedade lingüística os jargões profissionais (linguagem dos advogados, dos locutores de futebol, dos policiais, etc.) e as gírias, que identificam muitos grupos sociais. Na sociedade, os dialetos sociais podem ter um papel de identificação, pois é através deles que os diferentes grupos se reconhecem e até mesmo se protegem em relação aos demais.


VARIAÇÃO DE CARÁTER ETÁRIO

Essas diferenças correspondem ao uso da língua por pessoas de diferentes faixas etárias, fazendo com que, por exemplo, uma criança apresente uma linguagem diferente da de um jovem, ou de um adulto. Ao longo da vida, as pessoas vão alternando diferentes modos de falar conforme passam de uma faixa etária a outra.

VARIAÇÃO SITUACIONAL

O segundo tipo de variedade que as línguas podem apresentar diz respeito ao uso que se faz da língua em função da situação em que o usuário e o interlocutor estão envolvidos.

Para se fazer entender, qualquer pessoa precisa estar em sintonia com o seu interlocutor e isto é facilmente observável na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma criança, a um colega de trabalho, a uma autoridade. Escolhemos palavras, modos de dizer, para cada uma dessas situações. Tentar adaptar a própria linguagem à do interlocutor já é realizar um ato de comunicação. Pode-se dizer que o nível da linguagem deve se adaptar à situação.

GRAU DE FORMALISMO

No seu dia-a-dia, o usuário da língua entra em contacto com diferentes interlocutores e em diferentes situações sociais. Para garantir maior eficácia nessa interação, precisa estar atento ao grau de formalismo de sua linguagem. O grau de formalismo se manifesta em diferentes níveis de construção do enunciado.