domingo, 20 de dezembro de 2009

Li esta entrevista e gostei bastante. Reservei o melhor trecho para publicar aqui...

Cildo é dos participantes da mostra Desenho das Idéias da 7ª Bienal do Mercosul, e apresenta suas obras no MARGS a partir do dia 16 de outubro. Conheça, na conversa abaixo, mais sobre a trajetória, as ideias e as histórias do artista.


Arte não tem definição, mas o Carl Andre deu uma resposta, em uma entrevista, que eu achei interessante, porque explica tudo em arte: ele disse que um homem sobe uma montanha porque a montanha está ali, mas um artista faz um trabalho de arte porque ela não está ali. Esta é, na verdade, a única coisa que justifica a criação de uma obra, porque você está produzindo uma espécie de inutilidade, uma inutilidade indispensável. E ela é isso também para o artista. Porque não há um lugar certo no mundo para colocar um trabalho de arte, mas uma vez que ele é feito... É um pouco como um filho. Você jamais vai compreender como pode ter vivido tanto tempo sem aquela pessoa, e, no entanto, antes de ela nascer, esta figura não existia. Com a arte também é por aí.

Li esta entrevista e gostei bastante. Reservei o melhor trecho para publicar aqui...

Cildo é artista plástico e um dos participantes da mostra Desenho das Ideias da 7ª Bienal do Mercosul. Em uma entrevista ele falou assim sobre arte:

Arte não tem definição, mas o Carl André deu uma resposta, em uma entrevista, que eu achei interessante, porque explica tudo em arte: ele disse que um homem sobe uma montanha porque a montanha está ali, mas um artista faz um trabalho de arte porque ele não está ali. Esta é, na verdade, a única coisa que justifica a criação de uma obra, porque você está produzindo uma espécie de inutilidade, uma inutilidade indispensável. E ela é isso também para o artista. Porque não há um lugar certo no mundo para colocar um trabalho de arte, mas uma vez que ele é feito... É um pouco como um filho. Você jamais vai compreender como pode ter vivido tanto tempo sem aquela pessoa, e, no entanto, antes de ela nascer, esta figura não existia. Com a arte também é por aí.

Beleza, gente: um homem sobe uma montanha porque a montanha está ali, mas um artista faz um trabalho de arte porque ele não está ali. Achei fantástica e simples essa reflexão sobre obra de arte.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DICAS PARA UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTO

Características comuns do texto mais informal:

Predominância de frases curtas.
Utilização de palavras como né, aí, então.
Emprego de vocabulário de fácil compreensão.
Repetição frequente de palavras, expressões ou frases.
Uso de gírias e expressões coloquiais ou populares.
Mistura de pronomes pessoais (ora usa tu, ora usa você)
Uso intenso de diminutivo e aumentativo.
Pequenos descuidos quanto às regras de gramática e ortografia.

Variedade e adequação de vocabulário:

Um aspecto importante relacionado ao texto escrito está na questão da escolha do vocabulário. Ao escrever, o autor deve procurar variar o vocabulário, evitando a repetição desnecessária de palavras. Quem escreve também deve usar com adequação as palavras, ou seja, empregar palavras que melhor se ajustem às ideias que deseja comunicar e aos objetivos esperados com o texto. Lembre-se sempre disso nas suas produções escritas!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

LEITURA DAS LINHAS E DAS ENTRELINHAS

Noção de leitura

Quando lemos um texto, tentamos atribuir significados a ele e, para isso, usamos várias estratégias a fim de facilitar a nossa leitura.

Às vezes a resposta a uma questão está declarada (explícita) no texto: você faz a leitura das linhas.

Outras vezes, você precisa pensar, refletir para chegar a uma conclusão, isto é, tem que identificar uma informação subentendida (implícita) no texto: você faz a leitura das entrelinhas.

A participação do leitor é fundamental para a construção dos sentidos do texto. E o que isso quer dizer na prática? Quer dizer que é muito importante confrontar as informações obtidas na leitura de um texto com os conhecimentos que você já tem da realidade, adquiridos em sua vida.

Podemos concluir, então que:


Ler é construir sentidos a partir das informações explícitas no texto (leitura das linhas) e dasinformações adquiridas por meio de experiências anteriores (leitura das entrelinhas).

LER = leitura das linhas + leitura das entrelinhas

Em nossa vida lemos a todo momento (livros, revistas, jornais, placas, gráficos, etc.). A leitura pode ser, portanto, uma fonte de aprendizagem, de informação, de lazer. O bom leitor forma-se pela prática constante da leitura.


Informações visuais e hipóteses


Algumas vezes nos deparamos com textos que vêm acompanhados de imagem ou imagens. Ao vermos determinada imagem, costumamos fazer automaticamente a associação dela com uma ideia, ou seja, criamos expectativas, formulamos hipóteses que serão confirmadas ou descartadas com a leitura do texto. O mesmo acontece quando lemos um título, outra fonte de informação.

Como você viu, a construção de sentidos de um texto também pode acontecer com a associação entre as informações visuais e as sugeridas pelo título da história mais as hipóteses formuladas pelo leitor e confirmadas na leitura do texto.


Objetivos de leitura


O leitor tem diferentes objetivos em relação àquilo que lê. Por exemplo, na sala de aula, quando lê um texto, quando o faz é senti-lo e compreendê-lo criticamente. Caso você faça a leitura desse mesmo texto, em outra ocasião, por escolha própria, a estará realizando com outra finalidade, por lazer.

Há vários tipos de leitura, com objetivos diversos. Os procedimentos de leitura dependem das intenções e necessidades do leitor. Conheça alguns objetivos de leitura:

Leitura do ambiente é a que fazemos para responder às necessidades de comunicação com as demais pessoas de nosso convívio: placas, sinais, avisos, etc.

Leitura para informação é a que fazemos para solucionar dúvidas e obter respostas para uso imediato: consultas ao dicionário, lista telefônica, bulas de remédio e outros. Uma pessoa pode também ler um romance para conhecer os costumes de uma época passada.

Leitura para lazer é feita por escolha própria, como já afirmamos. Qualquer texto (romances, jornais, mapas, etc.) pode ser lido para ocupar o tempo de maneira agradável, dependendo do gosto pessoal de cada leitor.

Leitura para estudo do texto é praticada sobretudo por disciplinas escolares como Língua Portuguesa. Caracteriza-se como uma atividade que estimula a construção dos sentidos do texto e uma reflexão crítica sobre ele. É também um exercício que nos ajuda nas demais leituras que fazemos nas várias situações da vida.

Leitura pretexto tem a finalidade de coletar e reunir conhecimentos a respeito de um assunto para produzir um outro texto. Por exemplo, para escrever uma matéria, um jornalista precisa, muitas vezes, coletar informações em vários textos.


Um mesmo texto pode ser lido em momentos diferentes com objetivos variados. A leitura de um mapa por exemplo, pode ser feita para estudo do texto (Geografia, História), para se informar (localização), por simples curiosidade (conhecer novos lugares).

Modos de leitura


Observe o quadrinho e tente explicá-lo.

Mafalda, por inexperiência, acredita que a leitura de livros deve ser feita de forma global, do começo ao fim. Pois bem, o objetivo que o leitor tem em mente ao iniciar uma leitura é um fator muito importante, mas o modo como ele lê também deve ser considerado. Vamos conhecer alguns modos de leitura:


Leitura global: o leitor lê o texto todo, relaciona ideias e constrói sentidos para o que leu. Esse é o tipo de leitura que você costuma fazer quando está em sala de aula.

Leitura tópica: o leitor identifica no texto informações pontuais que lhe interessam. Ao consultar o dicionário, o pai de Mafalda buscava uma determinada informação, aquela que lhe interessava naquele momento.


Leitura item a item: o leitor realiza uma leitura passo a passo, seguindo instruções que apresentam uma sequência. As receitas culinárias e os manuais de instrução são exemplos de textos que pedem esse tipo de leitura.

Como você pôde perceber, são as características de um texto e os objetivos do leitor que vão orientar o modo ou os modos como esse texto pode ou deve ser lido. Às vezes, o leitor emprega mais de um modo de leitura, conforme as necessidades de interação com um determinado texto.


Silhueta de um texto

Às vezes, é só “bater os olhos” em um texto para reconhecer de que gênero se trata. Isso acontece porque você constrói um sentido representado pela silhueta do texto. A silhueta de um texto é o desenho do contorno dos blocos, parágrafos e frases que o compõem. Você pode antecipar algumas informações sobre um texto quando o identifica por meio da silhueta. Um receita culinária tem uma formatação bem específica: título, lista de ingredientes e modo de fazer, ou seja, a silhueta nos leva diretamente a um determinado tipo de texto instrucional. Isso acontece também com uma carta, um poema, um cartão-postal, uma folha de cheque, uma cruzadinha, uma tirinha de jornal, etc.


Fique atento! As silhuetas podem apresentar variações porque os textos, muitas vezes, são reproduzidos de maneiras diferentes. Tome como exemplo as possíveis silhuetas de um calendário.

Em resumo: Pela observação da silhueta de um texto é possível criarmos expectativas quanto ao conteúdo desse texto e, assim, facilitarmos os procedimentos de leitura. De hoje em diante, procure observar a silhueta de cada texto.

O leitor crítico

O bom leitor pode formar-se pela prática constante de leitura de textos variados que circulam socialmente. Deve ser capaz de ler as entrelinhas e relacionar os textos que lê com aqueles já lidos.

Observe alguns procedimentos de um leitor crítico durante a leitura:


Faz perguntas procurando pistas que o levem à compreensão.

Completa as informações dadas com o conhecimento que tem.

Cria hipóteses e antecipa acontecimentos.

Reconstrói para si o texto lido, fazendo críticas e reflexões sobre o conteúdo.

Descobre as possíveis intenções do autor.

Reconhece um texto presente em outro.

Podemos agora concluir que:


O leitor crítico é capaz de realizar vários procedimentos que o levem a construir sentidos não só das “linhas” mas, principalmente, das “entrelinhas” do texto.

Estratégias de leitura: uma prática constante

Você já ouviu dizer que a prática leva a um maior desenvolvimento de nossas habilidades? Tendo como base tudo o que aprendeu até agora, pratique, aprimore suas habilidades de leitor crítico. Quanto mais você praticar leitura, mais conhecimento terá. Um bom leitor está sempre atento aos novos desafios de leitura. Seja você um leitor crítico!

Leitura seletiva

Você sabe que o ato de ler ativa em nossa mente uma série de estratégias que facilitam a nossa leitura. Ao ler um texto, nossa mente seleciona o que interessa, pois alguns aspectos são mais relevantes que outros.
Quando observamos as manchetes de um jornal, escolhemos aquilo que queremos ler. A seleção ocorre de acordo com o gosto pessoal, a necessidade, os objetivos de leitura de cada leitor.

Por exemplo:


notícias e reportagens em geral (para manter-se bem informado(a));
programações culturais e esportivas (por lazer);
classificados, anúncios, índices econômicos (por necessidades do dia a dia);
coluna social (por curiosidade).

Cada leitor, nesse caso, faz sua própria seleção dentro da diversidade de assuntos que o jornal contém.

O mesmo ocorre quando vamos ler um livro. Dependendo do tipo do livro, buscamos no índice aquilo que é relevante e que nos interessa. Assim também acontece quando folheamos uma revista e escolhemos para ler o que nos chamou mais a atenção no momento.
Outros fatores ainda podem contribuir para o processo de seleção no ato da leitura, como: títulos atrativos, presença de fotos, ilustrações, letras diferentes e coloridas, tamanho das letras, enfim, aspectos visuais que influenciam na escolha do leitor.

O processo de seleção nos faz perceber que nem tudo o que há para ler nos interessa, por isso nossa mente seleciona o que é importante para nós.


Trabalhando com a linguagem. Givan Ferreira... [et al.]. São Paulo: Quinteto Editorial, 2004. Vol. 1.