terça-feira, 16 de novembro de 2010

Verbos

Exercitando:

1. Preencha o espaço com o verbo indicado nos parênteses, em uma das formas do pretérito:

a.) Ontem eu __________________ o texto em quinze minutos. (reler)

b.) Eu _______________ à televisão quando minha avó me chamou para lanchar. (assistir)

c.) Quando eu era menor, ______________________ futebol todos os dias. (jogar)

d.) Minha mãe ainda não ___________________________ de ler o jornal quando tocaram a campainha.(terminar)

e.) Eu _________________ todos os domingos ao parque quando era criança. (ir)

f.) Os alunos e as alunas _________________ grande algazarra quando o professor entrou. (fazer)

g.) Meu pai ainda não ______________________ o almoço quando chegamos do colégio. (acabar)

2. Observe atentamente as frases que seguem. Identifique o tempo e o modo em que estão os verbos:

a.) Acordo diariamente às sete da manhã.

b.) Acordava diariamente às sete da manhã.

3. Que diferença de sentido pode-se notar nas frases abaixo?

a.) Jogava futebol com minhas amigas.

b.) Joguei futebol com minhas amigas.

4. Substitua a forma composta pela simples do pretérito-mais-que-perfeito e vice-versa:

a.) Ainda não tínhamos terminado a prova, quando tocou o sinal.

b.) O professor já dissera várias vezes que deveríamos ler o texto silenciosamente.

c.) Quando cheguei ao portão da escola, as aulas já tinham começado.

d.) No dia anterior, o diretor já comunicara a mudança de horário de aula.

Musse de maracujá

Ingredientes:

1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite

1 lata de suco de maracujá

Modo de fazer:

Coloque o creme de leite no congelador por 5 minutos, para facilitar a retirada do soro. Prepare o suco de maracujá. Bata todos os ingredientes no liquidificador por 2 minutos. Em seguida, coloque a musse numa tigela e cubra-a com o suco de um maracujá, com as sementes. Deixe gelar.

5. Em que modo estão os verbos em negrito? Por que foi usado esse modo?


Verbos

Verbos são palavras que variam de diversas maneiras. Eles se flexionam:

de acordo com as pessoas do discurso, no singular ou no plural;

de acordo com o tempo: presente, passado (pretérito) e futuro;

de acordo com o modo: indicativo (certeza), subjuntivo (dúvida) e imperativo (ordem, conselho, desejo).

O conjunto das flexões verbais chama-se conjugação.

O infinitivo e as três conjugações verbais

Nas frases Eu estudo, Maria estuda e Eles estudam, por exemplo, temos três formas diferentes do verbo estudar.

Estudar é o verbo na forma do infinitivo, que é uma espécie de nome do verbo. (É nessa forma que os verbos aparecem no dicionário)

Se você procurar a forma olhamos no dicionário, não a encontrará. Você deve procurar o infinitivo do verbo (olhar). Isso vale para todos os casos!

Você já deve ter observado que, no infinitivo, os verbos podem terminar em ar, er e ir

olhar Eu olho. Quer que eu olhe? Olha!

(infinitivo) (tempo: presente) (tempo: presente)

(modo: indicativo) (modo: subjuntivo) (modo: imperativo)

Em português temos três conjugações verbais:

primeira conjugação – a dos verbos terminados em ar: abrigar, pensar, achar, olhar, etc.;

segunda conjugação – a dos verbos terminados em er: haver, esconder, aprender, etc.;

terceira conjugação – a dos verbos terminados em ir: ir, cair, surgir, etc.

Observação: o verbo pôr e seus derivados (compor, repor, antepor, etc.) pertencem à 2ª conjugação. Na sua origem latina, apresentava a forma ponere, que evoluiu para poer e depois para pôr.

Tome nota: Quando o verbo se apresenta acompanhado de outro, forma uma LOCUÇÃO VERBAL:

“...ainda terei de escolher...” “ – E se um dia ele tornar a perguntar...” “A gente pode viajar?”

Tempos básicos do verbo

Observe o uso do verbo brincar nestas frases:

Ele brinca comigo. ► ação que está acontecendo: presente

Ele brincou comigo. ► ação que já aconteceu: passado ou pretérito

Ele brincará comigo. ► ação que vai acontecer: futuro

Fique atento!

Não confundir pretérito com futuro, nos casos a seguir: precisaram / precisarão.

1. “Alguns alunos precisaram ir à coordenação.” 2. “Alguns alunos precisarão ir à coordenação.”

Em qual das duas frases a ação ainda não se realizou? ____________________________________________

Como já vimos, há três modos verbais: indicativo (indica certeza), subjuntivo (indica dúvida) e imperativo (indica ordem, conselho, solicitação, desejo).

No modo indicativo, emprega-se o presente para:

Ø indicar uma ação que acontece no momento em que se fala: Neste momento, ele o livro.

Ø exprimir fatos ou estados permanentes, considerados como verdade: A lua é um satélite.

Ø exprimir ação habitual: Acordo todos os dias às seis horas.

Ø dar atualidade a fatos passados: Em 1906, Santos Dummont sobrevoa Paris.

Ø indicar um fato futuro próximo, considerado certo: Amanhã é feriado.

No modo indicativo, há três tipos de pretérito:

Eu participei das festividades de réveillon no Rio.

Eu participava das festividades de réveillon, quando as luzes se apagaram.

Eu participara das festividades de réveillon no ano anterior à viagem de meu irmão.

Embora estejam no mesmo tempo (pretérito), há diferenças importantes entre essas três formas verbais.

Note que, no primeiro caso, a ação de participar das festividades está completa, acabada, terminada, concluída, feita por completo. Por isso, dizemos que o verbo está no pretérito perfeito.

No segundo caso, o falante ainda estava participando das festividades quando aconteceu de as luzes apagarem-se. É fato passado, mas ainda não está terminado. Trata-se de pretérito imperfeito.

No terceiro caso, o falante já tinha participado da festa quando seu irmão viajou. É um fato passado anterior a outro fato passado. Trata-se do pretérito mais-que-perfeito.

Vamos ver mais detalhes sobre cada um deles.

Pretérito perfeito: Cheguei muito cedo à festa.

A forma verbal cheguei indica um fato já passado, que, no momento em que o falante se expressa, já está totalmente concluído, acabado.

Pretérito imperfeito: Levavam as flores para o barco quando caiu um temporal.

O fato de levar as flores para o barco ainda não tinha terminado quando caiu o temporal.

Observe ainda:

Levantava-se todos os dias às seis da manhã para ir à escola.

O verbo levantar-se está indicando um fato que acontecia, repetidamente, no passado. Sempre que o verbo expressar um fato habitual no passado, emprega-se o pretérito imperfeito.

Pretérito mais-que-perfeito

Eu já saíra quando você chegou.

1º fato 2º fato

Os dois fatos são passados:

a. fato que ocorreu primeiro: sair; b. fato que ocorreu depois: chegar.

O pretérito mais-que-perfeito expressa um fato passado (sair) que ocorreu antes de outro também passado (chegar).

Você deve ter achado muito esquisito formas verbais como saíra, estudara, falara, cantara, fora, etc.

Realmente, essas formas verbais não são utilizadas no nosso dia-a-dia, quando falamos. Mas já reparou que ela aparece quando você está lendo algum texto literário? Quando você leu A magia mais poderosa ou Dragões negros, por exemplo, certamente encontrou vários verbos no pretérito mais-que-perfeito. Quando você abre um livro de Harry Potter, lá estão muitos verbos neste tempo.

O pretérito mais-que-perfeito, no entanto, tem uma forma composta, que é mais utilizada que a forma simples. Essa, sim, nós usamos no dia-a-dia. Veja:

Eu já tinha saído quando você chegou. (Eu já saíra quando você chegou.)

Ela já tinha estudado quando você telefonou. (Ela já estudara quando você telefonou.)

No modo indicativo, o futuro é expresso de duas maneiras:

Ø Futuro do presente exprime um fato tido como certo, posterior ao momento em que se fala:

Amanhã, entregarei o trabalho.

Futuro do pretérito exprime:

Ø fato futuro em relação a um fato passado: Na semana passada você disse que me convidaria para sua festa.

Ø fato de provável realização no futuro, se satisfeita condição hipotética no presente: Se você me convidasse, eu iria à sua festa no sábado.

Ø incerteza em relação a fatos passados: Em 1980, ele teria uns quarenta anos. (Não se sabe exatamente que idade ele tinha na época.)

Ø pedido de forma cortês, gentil, educada: Você poderia fechar a janela, por favor?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O CÉREBRO E A MEMÓRIA

Como se formam lembranças no cérebro de um bebê? Por que uma melodia romântica pode disparar sensações tão agradáveis? Por que não conseguimos nos lembrar do que aconteceu conosco antes dos três anos de idade?

Lembrar não implica apenas arquivamento de informações. É difícil perceber, mas precisamos de memória para atribuir sentido a experiências vivenciadas e conectá-las com outras. Não notamos, mas precisamos da memória também, por exemplo, para associar aquela bicicleta caída a um tombo que levamos ou para acertar o trajeto da cozinha à sala.

Na infância, quando aprendemos a andar, há uma explosão de conexões entre as células cerebrais. Cada experiência, por mais trivial que seja, imprime uma marca no cérebro, formando um circuito entre neurônios. Já as memórias que perdem o interesse vão sendo descartadas. Essa constante transformação do cérebro impede que haja duas pessoas iguais no mundo.

Uma curiosidade da memória é a seleção. Convenhamos: armazenar tudo seria tão inútil quanto não guardar nada. Então, para não se sobrecarregar, o cérebro é sábio. Divide as tarefas e usa tipos diferentes de memória. Para entender e escrever o que se ouve ou se lê, usa-se uma memória descartável. Essa é a memória de trabalho. O cérebro sabe que não precisa guardar informações corriqueiras por muito tempo. Por isso, reserva espaço para a memória de longa duração. Dessa forma, o cérebro escolhe o que vai formar nossa bagagem de experiências.

Algumas lembranças, entretanto, parecem emergir do nada: uma música pode reacender as sensações de um jantar romântico. Nesse caso, o cérebro associou a melodia ao rosto, ao cheiro, ao nome de uma pessoa. Naquele momento, neurônios formaram conexões para reconhecer todos os detalhes. A imagem foi montada pelo córtex visual: o perfume foi reconhecido no córtex olfativo; a música e as emoções do momento foram registradas em outras áreas do cérebro.

Mesmo finda a sequência, a cena ainda não estará completamente arquivada. As informações, frescas, precisam passar pelo hipocampo, que, como uma cola, reforçará cada elo do circuito de neurônios. Uma interrupção pode, inclusive, causar a desgravação ou a não gravação. Por isso, depois de um acidente de carro, por exemplo, a vítima esquece momentos imediatamente anteriores à batida. Um trauma interrompeu uma fase de gravação.

Uma vez fixado, um circuito de neurônios pode ficar no cérebro por décadas. Por isso, tempos depois, num bar, distraído, você ouve aquela música e pronto! Uma coisa puxa a outra e será suficiente para reativar todo o circuito. Aliás, a lembrança pode ser até mais agradável do que foi o acontecimento real.

Adaptado de: VARELLA, Dráuzio. "O cérebro e a mente" (Série 'Cérebro, a máquina'). Disponível em: http://www.drauziovarella.com.br