sábado, 27 de setembro de 2008

OBRIGADO ou OBRIGADA?

As mulheres devem dizer OBRIGADA:

“Muito OBRIGADA, disse ela.”
MESMO ou MESMA?

a) MESMO (= próprio) é pronome e deve concordar:

“Andréia prefere salgados, mas os doces é ela MESMA quem faz.”
“Nós MESMOS resolvemos o caso.”
“As meninas feriram a si MESMAS.”

b) MESMO (= até, inclusive) é invariável:

MESMO a diretoria não resolveu o problema.”
MESMO os professores erraram aquela questão.”

É meio-dia e MEIO? Ou é meio-dia e MEIA? E a aluna está MEIO ou MEIA nervosa?

MEIO ou MEIA?

a) Como numeral (= metade), deve concordar:

“Tomou MEIO litro de vodca.”
“Tomou MEIA garrafa de vodca.”
“Tomou uma garrafa e MEIA.”
“Leu um capítulo e MEIO.”
“São duas e MEIA da tarde.”

Assim sendo, o correto é “É meio-dia e MEIA” (meia hora).

b) Como advérbio (= mais ou menos), é invariável:

“A diretoria está MEIO insatisfeita.”
“Os clientes andam MEIO aborrecidos.”

O correto, portato, é “A aluna ficou MEIO nervosa” (um pouco, mais ou menos).
QUALQUER ou QUAISQUER?

O plural de QUALQUER é um caso especial. É uma palavra composta: QUAL (plural = QUAIS) + QUER (verbo = sem plural). Portanto, o plural de QUALQUER é QUAISQUER:
Não pode ficar aqui, QUAISQUER que sejam os pretextos.”

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pare um pouquinho para conhecer "Tristelândia", uma cidade muito estranha...

TRISTELÂNDIA

Tristelândia era uma cidade triste.
E por ser triste era também feia.
Todas as suas ruas, todos os prédios, todas as pessoas de Tristelândia tinham nomes tristes e ali se nascia, vivia e mor­ria chorando.
Ela ficava no alto do Morro da Saudade e não tinha árvo­res, não tinha flores, não tinha passarinhos. Mas tinha muita poeira, muita pedra e cactos cheios de espinhos.
As ruas de Tristelândia não eram calçadas. As casas viviam com as janelas fechadas. As portas não se abriam para as vi­sitas e os corações dos habitantes de Tristelândia também vi­viam fechados. Principalmente não se abriam para as crian­ças alegres da vida.
As crianças de Tristelândia não brincavam e não sorriam.
Era expressamente proibido sorrir em Tristelândia.
A Rua da Desilusão era a rua principal da cidade.
Na Rua da Desilusão ficavam os prédios mais importantes: a Prefeitura, a Escola Pública, a Câmara dos Vereadores, o cinema e a Delegacia.
Pela rua principal passavam os carros de boi, as carroças, o prefeito, a professora, os vereadores e o delegado.
Pela rua principal não passavam velocípedes, bicicletas, car­rinhos de rolimã.
De uma tristeza só, a rua principal começava aqui, acabava ali. De principal só tinha o apelido, pois era pequena, feia e mal-acabada.
Era ali, naquela rua, que o prefeito passava o dia inteiro, vigiando as pessoas para não deixá-las sorrir.
O prefeito chamava-se Zeca Amargura.
Sua maior amiga, a professora da Escola Pública, chamava-­se Maria das Lágrimas. “Maria das muitas lágrimas”, como gostava de chamá-la a gente grande da cidade.
De tanto chorar, de tanto lamentar sua sorte e seu destino, os olhos já saltavam para fora do rosto e pareciam boiar so­bre as lágrimas que, dia sim, dia não também, todo dia ela derramava.
Era a professora certa para Tristelândia. Sabia de tudo sobre tempestade, enchentes, vendavais, terremotos, furacões, guerras, doenças e fome. Uma catástrofe ambulante.
Lucinha das Dores era sua aluna mais adiantada. Não que fosse inteligente, aplicada. Mas porque nas provas sempre cho­rava melhor que as colegas.
Tristelândia de tão triste ficava afastada das outras cidades.
Ninguém ia lá, ninguém saía de lá.

ARAÚJO, Henry Corrêa de. Dr. Gargalhada, o distribuidor de sorrisos. Rio de Janeiro, Codecri, 1983. P. 3-6 - In Magda Soares

Entendendo o texto:

1. Marque a frase que indica o objetivo principal do autor no texto:

( ) Descrever os prédios e as casas de Tristelândia.
( ) Descrever os habitantes de Tristelândia.
( ) Descrever uma cidade onde tudo e todos eram tristes.

2. No segundo parágrafo do texto o autor diz: “E por ser triste era também feia.”
Marque a frase que mostra o significado desse parágrafo:


( ) A cidade era triste e feia.
( ) A cidade era tão feia quanto triste.
( ) A cidade era feia porque era triste.

3. Pela rua principal da cidade passavam carros de boi, carroças, pessoas; não passavam velocípedes, bicicletas, carrinhos de rolimã. Pelo texto, podemos saber o porquê dessa situação. Marque a frase que indica a causa disso.

( ) Era proibido andar de bicicleta, velocípede ou carrinho de rolimã na rua principal.
( ) As crianças de Tristelândia não brincavam.


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Cavalinho Branco


À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas
atira sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia tanto!
desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!

MEIRELES. Cecília. Ou isto ou aquilo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1981, p. 64.



segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Eles param no semáforo... lado a lado... e começam esse papo! Ah, esses dias de tanta pressa... Será que valem a pena?!



Sinal fechado


Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranqüilo, quem sabe...
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...


Me perdoe a pressa: é a alma dos nossos negócios...
Qual, não tem de que... eu também só ando a cem.


Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo, talvez, nos vejamos, quem sabe?


Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...


Tanto coisa que eu tinha a dizer, mas sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer, mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso beber alguma coisa rapidamente
Pra semana...
O sinal...
Eu procuro você...
Vai abrir! Vai abrir!
Eu prometo, não esqueço, não esqueço
Por favor, não esqueça
Adeus...
Adeus...

Paulinho da Viola

O que faz com que o texto de Ferreira Gullar seja um texto literário e este não o seja?

A cana-de-açúcar

Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.

"A cana-de-açúcar" (Vesentini, J.W. Brasil, Sociedade e Espaço. São Paulo, Ática, 1992, p.106)

Neste texto, o poeta maranhense Ferreira Gullar nos apresenta o lado menos "doce" do açúcar...

O Açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.

Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.

Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.

(Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp. 227-228)

sábado, 13 de setembro de 2008

CONTAGEM


Você já contou estrelas?
E nuvens? E passarinhos?

Já contou quantos dedinhos
têm os pés das centopéias?

Já contou quantas histórias
cabem dentro das idéias?

Já pensou quantas bestagens
podem ser inteligentes?

Já contou quantos gemidos
cabem numa dor de dente?

Já pensou quantas mentiras
escondem certa verdade?

Quantas grades e gaiolas
trancam nossa liberdade?



Sylvia Orthof. A poesia é uma
pulga. São Paulo: Atual, 1992 .

SEGREDO

Andorinha no fio
Escutou um segredo.
Foi à torre da igreja,
Cochichou com o sino.


E o sino bem alto:
Delém-dem
Delém-dem
Delém-dem
Delém-dem!

Toda a igreja
Ficou sabendo.


Henriqueta Lisboa. In: Aguiar, Vera
T. Poesia fora da estante. Porto
Alegre: Projeto, 1997.

ERA UMA VEZ



Era uma vez
um mato
verde
e compacto.

Tenho o retrato.

A serra veio.
O fogo veio.
Veio o homem feio.

Natureza,
cadê teu espaço
de abraço?!


Maria Dinorah. Ver de ver. São Paulo:
Atual, 1982. 1982
MENINO BOBO

este menino
inhec inhec
só sabe
mascar chiclete


P O
L C



Lucas Beré. In: Lajolo, Marisa e
Zilberman, Regina. Literatura
brasileira: histórias e histórias. São
Paulo: Ática, 1991

Parlendas...

Hoje é domingo,
Pé de cachimbo,
O cachimbo é de barro,
Bate no jarro,
O jarro é de ouro,
Bate no touro,
O touro é valente,
Bate na gente,
A gente é fraco,
Cai no buraco,
Buraco é fundo,
Acabou-se o mundo!
Ana e o pernilongo

Toda semana
eu me lembro da Ana.
Para mim não há semAna
sem Ana.


Havia um pernilongo
chamado Lino
que tocava violino
Mas era tão pequenino
o Lino
e tocava tão fino
o seu violino,
que nunca ouvi o Lino
nem vi o Lino.


José Paulo Paes

RECEITA de acordar palavras

Palavras são como estrelas
facas ou flores
elas têm raízes pétalas espinhos
são lisas ásperas leves ou densas
para acordá-las basta um sopro
em sua alma
e como pássaros
vão encontrar seu caminho

Roseana Murray

Esta história é conhecida dos esquimós. A carne e outros produtos obtidos da baleia são vitais para a sobrevivência desses povos...



A partir de uma proibição, cria-se uma curiosidade desmedida que, geralmente, leva à destruição por falta de conhecimento. Com isso a única possibilidade é tentar reconstruir o que for possível, utilizando outros referenciais de valores.



A Alma e o Coração da Baleia






Era uma vez um corvo muito bobo e convencido que voou para bem longe e foi parar no mar. Exausto de tanto bater as asas, procurou um lugar para descansar, mas não avistou nenhum pedaço de terra no meio de toda aquela água. "Vou morrer afogado", suspirou, já sem forças para continuar voando. Nesse exato momento uma enorme baleia subiu à tona e o corvo, sem pensar duas vezes, mergulhou naquela bocarra aberta.

Foi parar na barriga da baleia, onde, para o seu espanto, deparou-se com uma casa muito limpa e confortável, bem iluminada e quentinha.

Uma jovem estava sentada na cama, segurando uma lanterna. "Fique à vontade", disse ela amavelmente. "Mas, por favor, nunca toque em minha lanterna."

O corvo, feliz da vida, prometeu que jamais faria tal coisa.

A moça parecia inquieta. A todo instante se levantava, ia até a porta e voltava a sentar na cama. "Algum problema?", o corvo perguntou. "Não...", ela respondeu. "É só a vida... A vida e o ar que se respira."

O corvo estava morrendo de curiosidade. Assim, quando a jovem foi até a porta, resolveu tocar na lanterna para ver o que acontecia. E aconteceu que a moça caiu estatelada na sua frente e a luz se apagou.

O mal estava feito. A casa ficou fria e escura, o cheiro de gordura e sangue deixou o corvo enjoado. Inutilmente ele procurou a porta para sair dali e, cada vez mais nervoso, começou a se coçar de tal modo que arrancou todas as penas. "Agora é que eu vou morrer congelado", choramingou, tremendo até os ossos.

A moça era a alma da baleia, que a impelia para a porta toda a vez que enchia os pulmões de ar. Seu coração era a lanterna acesa. Quando o corvo a tocou, a chama se extinguiu. Agora a baleia estava morta e guardava em seu interior o pássaro intrometido.

Depois de muito chorar e pensar, o corvo finalmente conseguiu sair das escuras entranhas e sentou no dorso daquele imenso defunto. Ensebado, sujo, depenado, era uma tristíssima figura.

A baleia morta ficou flutuando no mar até que desabou uma tempestade e as ondas a empurraram para a praia. Quando a chuva parou, alguns pescadores saíram para trabalhar e viram a baleia. O corvo também os viu e se transformou num homenzinho feio e estropiado.

Então, em vez de confessar que se intrometera onde não fora chamado e destruíra algo de belo que não conseguira compreender, pôs-se a gritar: "Eu matei a baleia! Matei a baleia." E assim se tornou um grande homem entre os seus pares.


Philip, Neil. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2000. p.34-5. In Linguagem Nova - Vol. 5, Faraco e Moura, Ed. Ática.




Eu amo as borboletas, porque humildemente elas carregam o pólen para nos oferecer lindos buquês de flores.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Acentuação das palavras PAROXÍTONAS (palavras cuja sílaba tônica é a penúltima).



Acentuam-se as que terminam em:

-L -I(S) -X -US -Ã(S) -N

provável, útil, móvel, amigável, táxi, júris, biquíni, cútis, ônix, tórax, Fênix, vírus, bônus, Vênus, húmus, órfã, órfãs, ímã, próton (as terminadas em –ON fazem o plural em –ONS, com acento: prótons) hífen, pólen, glúten (as terminadas em –EN fazem o plural em –ENS, sem acento: hifens, polens, glutens)
Ditongo -R -UM -UNS -PS

falência, áreas, espécie, Sérgio, órgãos, sótão, móveis repórter, fêmur, açúcar, flúor, fórum, álbuns, médium, fórceps, bíceps


Casos Especiais:


Algumas paroxítonas podem aparecer acentuadas e não fazer parte das regras presentes no quadro acima. Vejamos os motivos:

I Acentuam-se o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s:


egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc

II Acentua-se com acento circunflexo o primeiro "o" do hiato ôo, seguido ou não de s:

abençôo, enjôo, perdôo, vôos, etc.

III Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses verbos - crêem, dêem, lêem, vêem - e de seus compostos - descrêem, desdêem, relêem, revêem, etc.




E X E R C I T A N D O


1. Destaque as palavras que são acentuadas por serem paroxítonas:

psicólogo, ingênuo, ímã, espécie, básico, equilíbrio, variável, também, órgão, ímpar, adotável, período

2. Sabendo que todas as palavras a seguir são paroxítonas, acentue-as quando necessário.

sotão radio joquei tenho agua orfão linguas egipcio seguida incrivel serie imã cola carater tenue afavel familia facil moinho partida ginasio historia sedentario patria etapa bala hifen dificil hifens canto exercicio teve biceps aconselhavel album esse torax possuido traidos viuvo contribuiram diluissem saude viuva raizes juizo paises instruido reune miudas cairam sairem


3. Assinale a opção cuja palavra em destaque não deve ser acentuada. (Todas sublinhadas são paroxítonas)

a) Todo ensino deveria ser gratuito.

b) A regra das paroxítonas não é facil.
c) É difícil lidar com pessoas sem carater.

d) Você sabe dizer o conteudo da carta?
e) A antiga 5ª serie agora se chama 6º ano.


4. Na palavra conseqüência o acento gráfico se justifica em função de ser:

a) proparoxítona terminada em hiato

b) paroxítona terminada em ditongo
c) paroxítona terminada em hiato

d) proparoxítona terminada em ditongo
e) paroxítona terminada em “a”


5. Conforme a numeração, assinale a alternativa correta no que se refere à acentuação gráfica:
I - mesa II - sede III - torre IV - almoço V - governo

a) apenas os números II e III estão corretos
b) apenas os números II e IV estão corretos

c) apenas os números IV e V estão corretos
d) todas as numerações estão corretas
e) nenhuma das alternativas está correta

Conclusão: As palavras paroxítonas terminadas em a, e, o não são acentuadas.

6. Assinale a alternativa em que nenhuma palavra deve receber acento gráfico:

a) governo, juri, garoa
b) preto, fossil, seres
c) itens, polens, erros
d) item, polen, cedo
e) n.d.a

7. Circule na frase a seguir a única paroxítona com acentuação gráfica incorreta.

Tens idéia de quanto é inútil bancar o mártir? Nesse rítmo, acabas perdendo o juízo.

8. Assinale a opção em que as palavras não são paroxítonas.

a) açúcar - dólar - repórter
b) concluído - saúde - juízo
c) músculo - rápido – ânimo
d) conseqüência - mágoa - homogêneo

e) inútil - responsável - amável

9. A alternativa que apresenta erro quanto à acentuação é:

a) lápis - júri
b) bônus - hífen
c) ânsia - série
d) raízes - amável
e) ítens - núvens


Sucesso!

Os pronomes pessoais e a coesão textual

Toda vez que fazemos uso do discurso verbal, há três pessoas envolvidas na situação comunicativa:

o locutor (quem fala): 1ª pessoa: eu (singular) ou nós (plural)
o locutário (com quem o locutor fala): 2ª pessoa: tu (singular) ou vós (plural)
o assunto (do que ou de quem o locutor fala): 3ª pessoa: ele (singular) ou eles (plural)

Para indicar essas três pessoas que participam das situações de comunicação, empregamos os pronomes pessoais.
Pronomes pessoais são aqueles que substituem substantivos e indicam as três pessoas do discurso

PRONOMES PESSOAIS

RETOS / OBLÍQUOS
pessoa do singular eu /
me, mim, comigo


pessoa do singular tu /
te, ti, contigo

pessoa do singular ele, ela /
o*, a*, lhe, se, si, consigo (lo, la, no, na)


pessoa do plural nós /
nos, conosco


pessoa do plural vós /
vos, convosco


pessoa do plural eles, elas /
os*, as*, lhes, se, si, consigo (los, las, nos, nas)


E x e r c i t a n d o


1. A fim de evitar a repetição das palavras destacadas, substitua-as por pronomes pessoais retos.

a) Elias não compareceu ao encontro, mas Elias avisou antes.

b) Eu e Pablo não vamos ao cinema, pois eu e Pablo temos de estudar.

c) Sandra e suas colegas já saíram; Sandra e suas colegas foram assistir a uma partida de futebol.

d) Vamos parar com a discussão; a discussão não vai resolver o problema.

e) Não vou ler esses jornais, porque esses jornais estão muito desatualizados.



Nem todo “o”, “a”, “os” e “as” que encontramos são pronomes oblíquos. Muitas vezes são simples artigos definidos. Se eles acompanham um substantivo, são artigos; se, no entanto, substituem um substantivo, são pronomes oblíquos.

2. Sabendo disso, dê a classe gramatical das palavras destacadas. Use o código:

( a ) Pronome pessoal do caso oblíquo ( b ) Artigo definido

a. ( ) ( ) ( ) Pegue o jornal e coloque-o sobre a mesinha.
b. ( ) ( ) ( ) O professor leu as redações e devolveu-as.
c. ( ) ( ) ( ) Lacre todos os envelopes e leve-os imediatamente para o setor contábil.
d. ( ) ( ) ( ) Recolha as aparas que estão sobre a mesa e jogue-as na lixeira.
e. ( ) ( ) ( ) A moça separou a foto do namorado e colocou-a na carteira.

3. Usando os pronomes comigo, contigo e conosco, transforme as frases conforme este exemplo:

Eu vou passear com meu irmão. ( Meu irmão vai passear comigo.)

a) Nós vamos visitar a fazenda com o professor.
b) Eu vou viajar com meu tio.
c) Tu vais passear com meu pai.
d) Nós visitamos a exposição com o professor de História.
e) Eu vou estudar com meu primo Marco.

4. Circule os substantivos que os pronomes pessoais oblíquos o, a, os, as substituem nas frases abaixo.

a) O menino fez a redação e entregou-a ao professor.
b) Quem pegou meu livro? Eu o deixei em cima da mesa.
c) Preencha este cheque e leve-o ao banco.
d) O professor recolheu os trabalhos e colocou-os dentro da bolsa.
e) Leia o texto e resuma-o por escrito.

5. Reescreva as frases a seguir, substituindo o termo repetido pelos pronomes oblíquos o, a, os, as.

a) O garçom trouxe o cardápio e entregou o cardápio a meu pai.

b) Li os livros e devolvi os livros no prazo à biblioteca.

c) A mãe levou a filha ao colégio e beijou a filha, despedindo-se.

d) Jonas escreveu um livro, mas ninguém leu o livro.

e) Comprei as medalhas e, na festa de encerramento dos jogos, entreguei as medalhas aos atletas vencedores.


6. Reescreva as frases, usando os pronomes pessoais lo, la, los e las.

a) Usei as três canetas e agora vou guardar elas no estojo.

b) Minha avó já sabe que vou visitar ela no próximo domingo.

c) Arrume os tênis e vá colocar eles dentro das caixas.

d) Vou pegar esse beija-flor e vou soltar ele no jardim.

e) O professor vai fazer as provas e entregar elas dois dias depois.


7. Reescreva as frases, substituindo as palavras destacadas pelos pronomes oblíquos no, nos, na, nas.

a) Trancaram as feras em jaulas individuais.

b) Distribuíram os presentes às crianças carentes do bairro.

c) Os garotos largaram as bicicletas e correram.

d) Esqueceram o gato dentro do armário e viajaram.

e) As pessoas presentes no comício insultaram violentamente o deputado.


Bom desempenho!

Respostas? Clique aqui!




quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A IARA


— Vamos à cachoeira onde mora a Iara — disse. — Essa rainha das águas costuma aparecer sobre as pedras nas noites de lua. É muito possível que possamos surpreendê-la a pentear seus lindos cabelos verdes com o pente de ouro que usa.
— Dizem que é criatura muito perigosa — murmurou Pedrinho.
— Perigosíssima — declarou o Saci. — Todo cuidado é pouco. A beleza da Iara dói tanto na vista dos homens que os cega e os puxa para o fundo d’água. A Iara tem a mesma beleza venenosa das sereias. Você vai fazer tudo direitinho como eu mandar. Do contrário, era uma vez o neto de Dona Benta!...
Pedrinho prometeu obedecer cegamente.
Andaram, andaram, andaram. Por fim, chegaram a uma grande cachoeira cujo ruído já vinham ouvindo de longe.
— É ali — disse o perneta, apontando. — É ali que ela costuma vir pentear-se ao luar. Mas você não pode vê-la. Tem de ficar bem quietinho, escondido aqui atrás desta pedra e sem licença de pôr os olhos na Iara. Se não fizer assim, há de arrepender-se amargamente. O menos que poderá acontecer é ficar cego.
Pedrinho prometeu, e de medo de não cumprir o prometido foi logo tapando os olhos com as mãos.
O Saci partiu, saltando de pedra em pedra, para logo desaparecer por entre as moitas de samambaias e begônias silvestres.
Vendo-se só, Pedrinho arrependeu-se de haver prometido conservar-se de olhos fechados. Já tinha visto o Lobisomem, o Caipora, o Curupira, a Cuca. Por que não havia de ver a Iara também? O que diziam do poder fatal de seus encantos certamente que era exagero. Além disso, poderia usar um recurso: espiar com um olho só. O gosto de contar a toda gente que tinha visto a famosa Iara valia bem um olho.
Assim pensando, e não podendo por mais tempo resistir à tentação, fez como o Saci: foi pulando de pedra em pedra, seguindo o mesmo caminho por ele seguido.
Súbito, estacou, como fulminado pelo raio. Ao galgar uma pedra mais alta do que as outras, viu, a cinqüenta metros de distância, uma ninfa de deslumbrante beleza, em repouso numa pedra verde de limo, a pentear-se com um pente de ouro os longos cabelos verdes cor do mar. Mirava-se no espelho das águas, que naquele ponto formavam uma bacia de superfície parada. Em torno dela centenas de vaga-lumes descreviam círculos no ar; eram a coroa viva da rainha das águas. Jóia bela assim, pensou Pedrinho, nenhuma rainha da terra jamais possuiu. A tonteira que a vista da Iara causa nos mortais tomou conta dele. Esqueceu até do seu plano de olhar com um olho só. Olhava com os dois arregaladíssimos, e cem olhos que tivesse, com todos os cem olharia.
Enquanto isso, ia o Saci se aproximando da mãe-d’água, cautelosamente, com infinitos de astúcia para que ela nada percebesse. Quando chegou a poucos metros de distância, deu um pulo de gato e nhoque! furtou-lhe um fio de cabelo.
O susto da Iara foi grande. Desferiu um grito e precipitou-se nas águas, desaparecendo.

(Monteiro Lobato. Viagem ao céu e O Saci. São Paulo: Brasiliense, 1950. p. 266-8,
in Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães)

Estudo do texto:

1. A Iara é uma personagem lendária do folclore brasileiro. Por que sua beleza é tão venenosa quanto a das sereias?
Porque sua beleza dói tanto na vista que deixa os homens cegos e os puxa para dentro d’água.


2. Pedrinho se arrependeu da promessa feita ao Saci.

a) Que preço Pedrinho estaria disposto a pagar para poder contar a toda a gente que vira a famosa Iara?
Ficar cego de um olho.

b) O que essa atitude revela do seu comportamento?
Que Pedrinho é um menino que gosta de se gabar, de se vangloriar, de receber elogios.

3. O combinado era que Pedrinho ficaria com os olhos fechados enquanto o Saci se aproximaria da cachoeira. Ele cumpriu a promessa que fez a si mesmo? Justifique sua resposta.
Não. Ao ver a rainha das águas, ficou tonto com a sua beleza e esqueceu-se de seu plano.

Estudos lingüísticos:

1. Nem todo “o”, “a”, “os” e “as” que encontramos são pronomes oblíquos. Muitas vezes são simples artigos definidos. Se eles acompanham um substantivo, são artigos; se, no entanto, substituem um substantivo, são pronomes oblíquos. Sabendo disso, dê a classe gramatical das palavras destacadas.
Use o código:

( a ) Pronome pessoal do caso oblíquo ( b ) Artigo definido

a. ( a ) ( a ) ( b ) A beleza da Iara dói tanto na vista dos homens que os cega e os puxa para o fundo d’água.
b. ( a ) ( b ) ( b ) Pedrinho viu a sereia; e quando a viu foi logo tapando os olhos com as mãos.


2. Destaque o substantivo que cada pronome pessoal oblíquo está substituindo.

a) A Iara costuma aparecer sobre as pedras nas noites de lua. É muito possível que possamos surpreendê-la a pentear seus lindos cabelos verdes com o pente de ouro que usa.

b) É ali que a Iara costuma vir pentear-se ao luar. Mas você não pode vê-la.

c) Enquanto isso, ia o Saci se aproximando da mãe-d’água. Quando chegou a poucos metros de distância, deu um pulo de gato e nhoque! furtou-lhe um fio de cabelo.

d) O Saci pediu a Pedrinho que não olhasse em direção à Iara. O garoto, teimoso, não lhe obedeceu.

3. Há, a seguir, pares de palavras. Acentue, adequadamente, apenas as paroxítonas. (

a) saci – táxi
b) órfãs – irmãs
c) sutil – inútil

4. Marque a alternativa em que todas as palavras paroxítonas devem ser acentuadas graficamente:

a) bençãos, jovem, hifens, regua, dedo
xb) imovel, dolar, latex, forceps, forum
c) comercio, especie, açucar, virus, ritmo
d) ciencias, itens, joquei, joguem, armario

Sucesso!