domingo, 17 de outubro de 2010

Carne do futuro pode ser artificial, diz cientista

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES


Se você gosta de carne, corra para uma churrascaria, porque renomados cientistas acreditam que em 40 anos não haverá suculentos bifes para todo mundo. Muitos terão de comer carne produzida em laboratório.

A advertência faz parte de uma série de 21 artigos científicos encomendados pelo governo britânico para projetar a situação alimentar do mundo em 2050. As conclusões: a população será de 9 bilhões de pessoas, e o consumo per capita de alimentos também crescerá, principalmente nos países em desenvolvimento.

Por isso, será necessário aumentar muito a produção de alimentos. Haverá competição por terra e por água, e o preço da comida vai subir. Nos últimos anos, a tecnologia ajudou. Técnicas de plantio, melhora nas sementes e controle de pragas aumentaram a produtividade.
Na pecuária, estudos genéticos, inseminações artificiais e redução de doenças fizeram os animais terem mais peso (30% a mais no caso das vacas desde 1960) e darem mais leite (30% a mais por vaca no mesmo período).

Chegará um momento, porém, em que preconceitos deverão ser deixados de lado. Aí entra a carne artificial, ou produzida em laboratório.

"A carne in vitro já se provou factível e pode ser produzida de uma forma mais saudável e higiênica que na pecuária atual", disse Philip Thornton, do Instituto Internacional de Pesquisas em Pecuária de Nairóbi, no Quênia.

Estudos sobre carne in vitro começaram há cerca de dez anos. Trata-se de retirar células de um animal vivo e fazer com que se reproduzam até virar tecido muscular. Em janeiro, europeus criaram carne de porco assim.

Curioso é que a discussão surja agora, quando o Reino Unido investiga se a carne de filhos de uma vaca clonada foi ao mercado sem aviso a autoridades e consumidores.
Para os cientistas, a necessidade poderá obrigar a população que hoje teme animais clonados a aceitar a carne produzida em laboratório.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/784128-carne-do-futuro-pode-ser-artificial-diz-cientista.shtml. Acesso em 18 de ago. 2010.


1. As frases a seguir foram retiradas do texto. Nelas os verbos estão destacados. Identifique em que tempo eles se encontram: (pretérito, presente. futuro)

a) Renomados cientistas acreditam que em 40 anos não haverá suculentos bifes para todo mundo.
b)A advertência faz parte de uma série de 21 artigos científicos.
c) A população será de 9 bilhões de pessoas, e o consumo per capita de alimentos também crescerá, principalmente nos países em desenvolvimento.
d) Haverá competição por terra e por água, e o preço da comida vai subir.
e) Técnicas de plantio, melhora nas sementes e controle de pragas aumentaram a produtividade.
f) Chegará um momento, porém, em que preconceitos deverão ser deixados de lado.
g) Estudos sobre carne in vitro começaram há cerca de dez anos.
h) Em janeiro, europeus criaram carne de porco assim.

2. Escreva o infinitivo de cada verbo destacado no quesito anterior, separando-os pela conjugação.

3. Como você sabe, há três modos verbais: (indicativo - indica certeza; subjuntivo - indica dúvida, possibilidade; imperativo - indica ordem, pedido, sugestão). Em que modo se encontram todos os verbos destacados no quesito 1? Justifique sua resposta.

4. Em que modo está o verbo destacado da frase abaixo? Justifique sua resposta.

"Se você gosta de carne, corra para uma churrascaria."

5. Reescreva as frases a seguir colocando os verbos destacados no futuro.

"Técnicas de plantio, melhora nas sementes e controle de pragas aumentaram a produtividade."
"Em janeiro, europeus criaram carne de porco assim."

6. Transforme as locuções verbais a seguir em formas verbais simples, mantendo o mesmo sentido das frases.

a) Haverá competição por terra e por água, e o preço da comida vai subir.
b) Muitos terão de comer carne produzida em laboratório.

7. As locuções verbais a seguir dão às frases uma ideia de possibilidade. Reescreva essas frases transformando as locuções verbais em formas verbais simples e, ao mesmo tempo, dando ao enunciado um tom de certeza.

a) Carne do futuro pode ser artificial, diz cientista.
b) Para os cientistas, a necessidade poderá obrigar a população que hoje teme animais clonados a aceitar a carne produzida em laboratório.


RESPOSTAS A SEGUIR

1.
a) presente; futuro
b) presente
c) futuro, futuro
d) futuro
e) pretérito
f) futuro; futuro
g) pretérito
h) pretérito

2.
1ª conjugação - acreditar, aumentar, chegar, começar, criar
2ª conjugação - haver, fazer, ser, crescer, dever,
3ª conjugação - (Não há)

3.
Todos os verbos destacados no quesito 1 estão no modo indicativo, pois indicam ceerteza.

4.
O verbo em destaque se encontra no modo imperativo, porque está fazendo um pedido, dando uma sugestão.

5.
aumentarão e criarão

6.
a) subirá
b) comerão

7.
a) serão
b) obrigará




quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A irmã da Terra

A descoberta de um planeta muito parecido com o que habitamos abre uma possibilidade espetacular: a existência de vida extraterrestre

Há apenas vinte anos, não existia comprovação da existência de planetas fora do sistema solar. Com o avanço da tecnologia de observação do espaço, os astrônomos já conseguiram descobrir quase 500 deles no universo. São os chamados exoplanetas. Na semana passada, dois cientistas americanos anunciaram a descoberta do exoplaneta que, entre todos os já avistados, guarda maior similaridade com a Terra. Batizado de Gliese 581g, ele orbita em torno da estrela Gliese 581, na constelação de Libra. “Seu tamanho, força de gravidade e variação de temperatura na superfície fazem dele um astro muito parecido com o planeta que habitamos”, disse a VEJA o astrônomo Steven Vogt, da Universidade da Califórnia, um dos autores da descoberta. O Gliese 581g foi avistado depois de onze anos de observações. Os pesquisadores também cruzaram seus dados com os da equipe de astrônomos suíços que, há três anos, descobriu quatro planetas orbitando a Gliese 581. Em um deles, identificaram-se semelhanças com a Terra, mas o astro agora descoberto pode ser considerado um irmão de nosso planeta.

O Gliese 581g orbita seu sol na região que, em astronomia, se chama zona habitável de um sistema estelar. Nessa região, um planeta recebe calor na quantidade exata para permitir a existência de água em estado líquido em sua superfície. É possível, portanto, que o Gliese 581g abrigue alguma forma de vida – mas dificilmente se poderá saber. O planeta está localizado a 20 anos-luz da Terra, o equivalente a 190 trilhões de quilômetros. A distância é pequena para os padrões cósmicos, mas impossível de ser percorrida por uma nave espacial, muito menos por uma nave tripulada. Uma viagem a Gliese 581g num dos ônibus espaciais da Nasa levaria 766000 anos, quatro vezes o tempo que o Homo sapiens habita a Terra.

A Gliese 581 é uma estrela anã vermelha, um astro de luminosidade inferior à do Sol e está na metade de sua vida – deve brilhar por “apenas” mais 5 bilhoes de anos. Até a descoberta de seu sistema, nenhum dos exoplanetas observados apresentava condições adequadas para abrigar vida da forma que a conhecemos. Eles são, na maioria, imensas bolas de gases venenosos com força gravitacional colossal. O Gliese 581g abre uma nova fronteira na astrofísica.

Alexandre Salvador. Veja, ed. 2185 – ano 43 – nº 40 – 6 de outubro de 2010.