domingo, 31 de agosto de 2008

Desencontrários

Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si
A sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército
para conquistar um império extinto.

Paulo Leminski. Poesia marginal. Ática - Col. Para Gostar de Ler nº 39 – São Paulo, 2006

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