TRISTELÂNDIA
Tristelândia era uma cidade triste.
E por ser triste era também feia.
Todas as suas ruas, todos os prédios, todas as pessoas de Tristelândia tinham nomes tristes e ali se nascia, vivia e morria chorando.
Ela ficava no alto do Morro da Saudade e não tinha árvores, não tinha flores, não tinha passarinhos. Mas tinha muita poeira, muita pedra e cactos cheios de espinhos.
As ruas de Tristelândia não eram calçadas. As casas viviam com as janelas fechadas. As portas não se abriam para as visitas e os corações dos habitantes de Tristelândia também viviam fechados. Principalmente não se abriam para as crianças alegres da vida.
As crianças de Tristelândia não brincavam e não sorriam.
Era expressamente proibido sorrir em Tristelândia.
A Rua da Desilusão era a rua principal da cidade.
Na Rua da Desilusão ficavam os prédios mais importantes: a Prefeitura, a Escola Pública, a Câmara dos Vereadores, o cinema e a Delegacia.
Pela rua principal passavam os carros de boi, as carroças, o prefeito, a professora, os vereadores e o delegado.
Pela rua principal não passavam velocípedes, bicicletas, carrinhos de rolimã.
De uma tristeza só, a rua principal começava aqui, acabava ali. De principal só tinha o apelido, pois era pequena, feia e mal-acabada.
Era ali, naquela rua, que o prefeito passava o dia inteiro, vigiando as pessoas para não deixá-las sorrir.
O prefeito chamava-se Zeca Amargura.
Sua maior amiga, a professora da Escola Pública, chamava-se Maria das Lágrimas. “Maria das muitas lágrimas”, como gostava de chamá-la a gente grande da cidade.
De tanto chorar, de tanto lamentar sua sorte e seu destino, os olhos já saltavam para fora do rosto e pareciam boiar sobre as lágrimas que, dia sim, dia não também, todo dia ela derramava.
Era a professora certa para Tristelândia. Sabia de tudo sobre tempestade, enchentes, vendavais, terremotos, furacões, guerras, doenças e fome. Uma catástrofe ambulante.
Lucinha das Dores era sua aluna mais adiantada. Não que fosse inteligente, aplicada. Mas porque nas provas sempre chorava melhor que as colegas.
Tristelândia de tão triste ficava afastada das outras cidades. Ninguém ia lá, ninguém saía de lá.
ARAÚJO, Henry Corrêa de. Dr. Gargalhada, o distribuidor de sorrisos. Rio de Janeiro, Codecri, 1983. P. 3-6
Estudo do texto:
1. Marque a frase que indica o objetivo principal do autor no texto:
( ) Descrever os prédios e as casas de Tristelândia.
( ) Descrever os habitantes de Tristelândia.
( ) Descrever uma cidade onde tudo e todos eram tristes.
2. No segundo parágrafo do texto o autor diz:
“E por ser triste era também feia.”
Marque a frase que mostra o significado desse parágrafo:
( ) A cidade era triste e feia.
( ) A cidade era tão feia quanto triste.
( ) A cidade era feia porque era triste.
3. Pela rua principal da cidade passavam carros de boi, carroças, pessoas; não passavam velocípedes, bicicletas, carrinhos de rolimã. Pelo texto, podemos saber o porquê dessa situação. Marque a frase que indica a causa disso.
( ) Era proibido andar de bicicleta, velocípede ou carrinho de rolimã na rua principal.
( ) As crianças de Tristelândia não brincavam.
4. Releia o último parágrafo do texto: “Tristelândia de tão triste ficava afastada das outras cidades. Ninguém ia lá, ninguém saía de lá.”
Que frase explica melhor esse parágrafo?
( ) Tristelândia ficava afastada das outras cidades porque era triste.
( ) Tristelândia era triste porque ficava afastada das outras cidades.
5. Releia no texto a razão por que Lucinha das Dores era aluna mais adiantada. Agora, pense no (ou na) colega mais atrasado (ou atrasada) de Lucinha: Qual seria a razão disso?
Gramática:
1. Leia a frase a seguir e faça o que se pede.
“Pela rua principal não passavam velocípedes.”
a) Indique o tempo em que se encontra o verbo.
b) Reescreva a frase colocando o verbo no presente.
2. Leia esse pequeno texto:
Você pode ter a sensação de viajar no tempo mesmo sem uma nave super veloz. Confira estas dicas:
☼ Faça um passeio de maria-fumaça.
☼ Veja fotografias e filmes antigos.
☼ Visite museus.
☼ Viaje para cidades históricas.
☼ Leia livros de história.
☼ Visite exposições de ciências e tecnologia.
☼ Assista a filmes e leia livros de ficção científica.
a) Em que modo estão as formas verbais destacadas nas dicas acima?
b) Considerando o assunto deste pequeno texto, responda: Por que foi usado esse modo verbal?
3. Leia o texto a seguir e identifique:
a) Uma locução verbal.
b) Três verbos no infinitivo. (Um para cada conjugação!)
Nada de briga
A faca foi o primeiro talher que existiu. Criada pelo homem pré-histórico, podia ser feita de pedra, marfim ou osso e era usada para esculpir, caçar, lutar e cortar alimentos. Perto de 300 a.C. aparecem as primeiras facas de bronze.
Por muito tempo os homens usavam a mesma faca para comer e brigar e cada um levava a sua quando havia algum jantar. Foi para acabar com os duelos no meio das refeições que um rei francês decidiu que as facas de mesa deveriam ter pontas redondas. (Recreio, n° 84)
Sucesso!
Por muito tempo os homens usavam a mesma faca para comer e brigar e cada um levava a sua quando havia algum jantar. Foi para acabar com os duelos no meio das refeições que um rei francês decidiu que as facas de mesa deveriam ter pontas redondas. (Recreio, n° 84)
Sucesso!
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