segunda-feira, 24 de novembro de 2008


TRISTELÂNDIA

Tristelândia era uma cidade triste.
E por ser triste era também feia.
Todas as suas ruas, todos os prédios, todas as pessoas de Tristelândia tinham nomes tristes e ali se nascia, vivia e mor­ria chorando.
Ela ficava no alto do Morro da Saudade e não tinha árvo­res, não tinha flores, não tinha passarinhos. Mas tinha muita poeira, muita pedra e cactos cheios de espinhos.
As ruas de Tristelândia não eram calçadas. As casas viviam com as janelas fechadas. As portas não se abriam para as vi­sitas e os corações dos habitantes de Tristelândia também vi­viam fechados. Principalmente não se abriam para as crian­ças alegres da vida.
As crianças de Tristelândia não brincavam e não sorriam.
Era expressamente proibido sorrir em Tristelândia.
A Rua da Desilusão era a rua principal da cidade.
Na Rua da Desilusão ficavam os prédios mais importantes: a Prefeitura, a Escola Pública, a Câmara dos Vereadores, o cinema e a Delegacia.
Pela rua principal passavam os carros de boi, as carroças, o prefeito, a professora, os vereadores e o delegado.
Pela rua principal não passavam velocípedes, bicicletas, car­rinhos de rolimã.
De uma tristeza só, a rua principal começava aqui, acabava ali. De principal só tinha o apelido, pois era pequena, feia e mal-acabada.
Era ali, naquela rua, que o prefeito passava o dia inteiro, vigiando as pessoas para não deixá-las sorrir.
O prefeito chamava-se Zeca Amargura.
Sua maior amiga, a professora da Escola Pública, chamava-­se Maria das Lágrimas. “Maria das muitas lágrimas”, como gostava de chamá-la a gente grande da cidade.
De tanto chorar, de tanto lamentar sua sorte e seu destino, os olhos já saltavam para fora do rosto e pareciam boiar so­bre as lágrimas que, dia sim, dia não também, todo dia ela derramava.
Era a professora certa para Tristelândia. Sabia de tudo sobre tempestade, enchentes, vendavais, terremotos, furacões, guerras, doenças e fome. Uma catástrofe ambulante.
Lucinha das Dores era sua aluna mais adiantada. Não que fosse inteligente, aplicada. Mas porque nas provas sempre cho­rava melhor que as colegas.
Tristelândia de tão triste ficava afastada das outras cidades. Ninguém ia lá, ninguém saía de lá.


ARAÚJO, Henry Corrêa de. Dr. Gargalhada, o distribuidor de sorrisos. Rio de Janeiro, Codecri, 1983. P. 3-6

Estudo do texto:

1. Marque a frase que indica o objetivo principal do autor no texto:

( ) Descrever os prédios e as casas de Tristelândia.
( ) Descrever os habitantes de Tristelândia.
( ) Descrever uma cidade onde tudo e todos eram tristes.

2. No segundo parágrafo do texto o autor diz:

E por ser triste era também feia.”

Marque a frase que mostra o significado desse parágrafo:

( ) A cidade era triste e feia.

( ) A cidade era tão feia quanto triste.
( ) A cidade era feia porque era triste.

3. Pela rua principal da cidade passavam carros de boi, carroças, pessoas; não passavam velocípedes, bicicletas, carrinhos de rolimã. Pelo texto, podemos saber o porquê dessa situação. Marque a frase que indica a causa disso.

( ) Era proibido andar de bicicleta, velocípede ou carrinho de rolimã na rua principal.
( ) As crianças de Tristelândia não brincavam.

4. Releia o último parágrafo do texto: “Tristelândia de tão triste ficava afastada das outras cidades. Ninguém ia lá, ninguém saía de lá.”
Que frase explica melhor esse parágrafo?

( ) Tristelândia ficava afastada das outras cidades porque era triste.
( ) Tristelândia era triste porque ficava afastada das outras cidades.

5. Releia no texto a razão por que Lucinha das Dores era aluna mais adiantada. Agora, pense no (ou na) colega mais atrasado (ou atrasada) de Lucinha: Qual seria a razão disso?


Gramática:

1. Leia a frase a seguir e faça o que se pede.

“Pela rua principal não passavam velocípedes.”

a) Indique o tempo em que se encontra o verbo.

b) Reescreva a frase colocando o verbo no presente.


2. Leia esse pequeno texto:

Você pode ter a sensação de viajar no tempo mesmo sem uma nave super veloz. Confira estas dicas:

☼ Faça um passeio de maria-fumaça.
☼ Veja fotografias e filmes antigos.
☼ Visite museus.
☼ Viaje para cidades históricas.
☼ Leia livros de história.
☼ Visite exposições de ciências e tecnologia.
☼ Assista a filmes e leia livros de ficção científica.

a) Em que modo estão as formas verbais destacadas nas dicas acima?

b) Considerando o assunto deste pequeno texto, responda: Por que foi usado esse modo verbal?


3. Leia o texto a seguir e identifique:

a) Uma locução verbal.

b) Três verbos no infinitivo. (Um para cada conjugação!)


Nada de briga


A faca foi o primeiro talher que existiu. Criada pelo homem pré-histórico, podia ser feita de pedra, marfim ou osso e era usada para esculpir, caçar, lutar e cortar alimentos. Perto de 300 a.C. aparecem as primeiras facas de bronze.
Por muito tempo os homens usavam a mesma faca para comer e brigar e cada um levava a sua quando havia algum jantar. Foi para acabar com os duelos no meio das refeições que um rei francês decidiu que as facas de mesa deveriam ter pontas redondas. (Recreio, n° 84)

Sucesso!

Nenhum comentário: