A lenda da mandioca
Mani nascera diferente das outras índias.
Era branca como lírio. Era, também, a índia mais bonita que já existiu na Terra.
Os índios todos gostavam dela como de um ser sobrenatural, porque um espírito branco apareceu, em sonhos, ao cacique da tribo e lhe contou que Mani era um presente de Tupã.
Um dia, porém, sem se saber como, Mani adoeceu e morreu.
A tristeza na tribo foi geral e profunda.
Os índios choraram muito e enterraram Mani no jardim.
Todos os dias iam ver-lhe a sepultura. E choravam, choravam tanto que as lágrimas molhavam a terra.
O tempo passou...
Veio a primavera.
Na cova de Mani nasceu uma planta desconhecida.
A planta cresceu.
Um dia, os índios cavaram a terra e encontraram um tubérculo. Notaram que se parecia com o corpo de Mani e, acreditando no milagre, comeram-no, certos de adquirirem, assim, maior vigor para as lutas. Fizeram dele, também, uma bebida e embriagaram-se.
Mani existia, ainda, transformada em planta. Mani era um presente sagrado de Tupã...
E os índios cultivaram com carinho o corpo imortal de Mani, transformado em alimento e chamaram-lhe manioca.
Mandioca é, pois, nome deturpado de manioca e significa: "pão da terra" ou "carne de mani".
ESTÓRIAS e lendas do Rio Grande do Sul. São Paulo, Edigraf, 1963. p.41. (Série Antologia ilustrada do Folclore Brasileiro.)
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