sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dona Vassoura

Trabalho o dia todo,
todo dia sem falhar.
Não conheço feriado
nem sei o que é repousar.


Sempre em pé, sempre pronta!
Pensam que eu sou de aço?
Sei que sou uma vassoura
mas durmo em pé de cansaço!


Se a visita é bem chata
e com a hora não se importa
me viram de cabeça pra baixo
e fico tonta atrás da porta.


Detergente e sabão
ardem meus olhos pra valer.
O sabão em pó, então?
Ai, como é difícil viver!

Minha maior inimiga
é aquela sujeirinha teimosa
que gruda no chão feito cola
e comigo se faz de gostosa.


Quando é dia de festa,
me escondem com certeza.
Mas quando a festa acaba,
lembram de mim pra limpeza.

Enquanto há música e gente,
têm vergonha de mim.
Eu fico tão chateada
de só ser lembrada no fim...

De madrugada todos dormem,
menos eu e o lixeiro
que varremos a sujeira
das ruas do mundo inteiro.

As praias são tão grandes,
morro de tanto trabalhar.
Se todos sujassem menos,
menos tinha pra limpar.


Quanto mais velha eu fico
bem mais eu quero ficar,
pois só depois de bem velha
me deixam em paz pra brincar.


Guiomar de Paiva Brandão

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