Como o sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Hei de ter a minh’alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.
Se algum dia, perdida pela bruma,
Resolveres bater à minha porta,
Em vez da humilhação que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de plumas.
E em troca dos desgostos que me deste
Mais carinho terás do que tiveste
Os meus beijos serão multiplicados
Para os que voltam pelo amor vencidos
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.
Rogaciano Leite, poeta pernambucano
Nenhum comentário:
Postar um comentário