segunda-feira, 12 de abril de 2010

Eis que recebo uma belíssima contribuição do amigo Guilherme Veras, leitor de fina estampa e apreciador de boa música e de boa literatura. Merci.

SE VOLTARES

Como o sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Hei de ter a minh’alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.

Se algum dia, perdida pela bruma,
Resolveres bater à minha porta,
Em vez da humilhação que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de plumas.

E em troca dos desgostos que me deste
Mais carinho terás do que tiveste
Os meus beijos serão multiplicados

Para os que voltam pelo amor vencidos
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.


Rogaciano Leite, poeta pernambucano

Nenhum comentário: