Uma história de futebol
Primeiro de abril é conhecido como o dia da mentira.
Mas para o nosso time foi o dia da verdade.
É que foi quando nós disputamos o primeiro jogo do campeonato. O adversário era o Gigantes de Curuçá. E aquele time merecia esse nome, porque era formado por 11 grandalhões.
O começo da partida não podia ser pior. O Dico parecia jogar contra 20 jogadores, porque ninguém no nosso time acertava as tabelas com ele. Mas pelo menos o Azeitona segurava tudo e o primeiro tempo terminou 0 a 0.
No intervalo, nós tínhamos certeza de que a derrota era só uma questão de tempo, porque a gente estava jogando muito mal. Todo mundo corria para cima da bola e nós parecíamos perdidos em campo. Se os Gigantes fossem um pouco melhores, já teriam ganhado da gente. Para piorar, aquele campeonato era do tipo mata-mata, ou seja, quem perdesse um jogo era eliminado.
Mas aí, quando nós estávamos conversando (aliás, gritando uns com os outros) para ver o que podia ser feito para o segundo tempo, escutamos um plic-ploc, plic-ploc. Era o mecânico manco do avião:
“Garotos, meu nome é Landão. Eu posso dar uma ajuda para vocês?”
“Claro, pode falar, seu Landão”, disse o Dico.
E o seu Landão desandou a dizer coisas como se entendesse muito de futebol:
“Meninos, é o seguinte: o Espaguete, que é muito grande, devia jogar na defesa e não no ataque. O Cosme tem que sair da ponta-direita e o Damião da ponta-esquerda. Como vocês são muito unidos, vão fazer uma ótima dupla de meio-de-campo. O Bala, que é muito rápido, vai jogar na lateral-direita, que assim ele pode correr para o ataque e para a defesa. O Tom Mix vai ficar bem no meio da zaga e oVeludo vai ficar na lateral-esquerda.
O Arigatô sai da defesa e vai jogar na ponta-direita. O Pé-de- cabra, que é bem invocado, vai ser o nosso centroavante. E o Dico vai ser o meia, o maestro do time.”
O seu Landão já ia se esquecendo de mim. Mas aí ele viu que sobrou a ponta-esquerda e me mandou para lá.
Parecia mentira, mas com aquelas mudanças o time começou a jogar muito melhor. Tanto que a gente ganhou de 3 a 0. Eu não fiz nenhum gol, mas isso não tinha importância.
No dia seguinte, logo depois da escola, a gente já estava no campinho e o seu Landão ficou por ali. Agora ele era o nosso técnico
Mas para o nosso time foi o dia da verdade.
É que foi quando nós disputamos o primeiro jogo do campeonato. O adversário era o Gigantes de Curuçá. E aquele time merecia esse nome, porque era formado por 11 grandalhões.
O começo da partida não podia ser pior. O Dico parecia jogar contra 20 jogadores, porque ninguém no nosso time acertava as tabelas com ele. Mas pelo menos o Azeitona segurava tudo e o primeiro tempo terminou 0 a 0.
No intervalo, nós tínhamos certeza de que a derrota era só uma questão de tempo, porque a gente estava jogando muito mal. Todo mundo corria para cima da bola e nós parecíamos perdidos em campo. Se os Gigantes fossem um pouco melhores, já teriam ganhado da gente. Para piorar, aquele campeonato era do tipo mata-mata, ou seja, quem perdesse um jogo era eliminado.
Mas aí, quando nós estávamos conversando (aliás, gritando uns com os outros) para ver o que podia ser feito para o segundo tempo, escutamos um plic-ploc, plic-ploc. Era o mecânico manco do avião:
“Garotos, meu nome é Landão. Eu posso dar uma ajuda para vocês?”
“Claro, pode falar, seu Landão”, disse o Dico.
E o seu Landão desandou a dizer coisas como se entendesse muito de futebol:
“Meninos, é o seguinte: o Espaguete, que é muito grande, devia jogar na defesa e não no ataque. O Cosme tem que sair da ponta-direita e o Damião da ponta-esquerda. Como vocês são muito unidos, vão fazer uma ótima dupla de meio-de-campo. O Bala, que é muito rápido, vai jogar na lateral-direita, que assim ele pode correr para o ataque e para a defesa. O Tom Mix vai ficar bem no meio da zaga e oVeludo vai ficar na lateral-esquerda.
O Arigatô sai da defesa e vai jogar na ponta-direita. O Pé-de- cabra, que é bem invocado, vai ser o nosso centroavante. E o Dico vai ser o meia, o maestro do time.”
O seu Landão já ia se esquecendo de mim. Mas aí ele viu que sobrou a ponta-esquerda e me mandou para lá.
Parecia mentira, mas com aquelas mudanças o time começou a jogar muito melhor. Tanto que a gente ganhou de 3 a 0. Eu não fiz nenhum gol, mas isso não tinha importância.
No dia seguinte, logo depois da escola, a gente já estava no campinho e o seu Landão ficou por ali. Agora ele era o nosso técnico
JOSÉ ROBERTO TORERO. Uma história de futebol. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 33-35.
Futebol. O mundo grita gol!
O futebol é considerado o jogo de bola mais popular do planeta. É uma paixão de longa data: antigas civilizações como as da China e da Grécia já praticavam jogos parecidos com o futebol. Mas seu regulamento moderno só aparece a partir de 1863, com a criação da Associação Inglesa.
No Brasil, o futebol chegou em 1894, na bagagem de Charles Miller. Ele era um jovem paulista que foi estudar na Inglaterra e trouxe bolas, uniformes e um livro de regras.
MilIer jogou pelo São Paulo Athletic Club e foi o primeiro astro do futebol brasileiro. No Rio de Janeiro, o esporte ganhou impulso em 1902, com a fundação do Fluminense Football Club.
Rapidamente, o jogo se transformou em paixão nacional. Em 1914, o esporte passou a ser dirigido pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Em 1919, a entidade foi substituída pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 1919, com Arthur Friedenreich no time, o Brasil ganhou seu primeiro título sul-americano. Em 1923, o País filiou-se à Fifa (Federação Internacional de Futebol)
O futebol entrou no programa olímpico em Paris, em 1900. A primeira Copa do Mundo aconteceu no Uruguai, em 1930. O Brasil disputou todas as Copas e estreou nos Jogos Olímpicos em Helsinque, em 1952.
No Brasil, o futebol chegou em 1894, na bagagem de Charles Miller. Ele era um jovem paulista que foi estudar na Inglaterra e trouxe bolas, uniformes e um livro de regras.
MilIer jogou pelo São Paulo Athletic Club e foi o primeiro astro do futebol brasileiro. No Rio de Janeiro, o esporte ganhou impulso em 1902, com a fundação do Fluminense Football Club.
Rapidamente, o jogo se transformou em paixão nacional. Em 1914, o esporte passou a ser dirigido pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Em 1919, a entidade foi substituída pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 1919, com Arthur Friedenreich no time, o Brasil ganhou seu primeiro título sul-americano. Em 1923, o País filiou-se à Fifa (Federação Internacional de Futebol)
O futebol entrou no programa olímpico em Paris, em 1900. A primeira Copa do Mundo aconteceu no Uruguai, em 1930. O Brasil disputou todas as Copas e estreou nos Jogos Olímpicos em Helsinque, em 1952.
BENEDITO TURCO. Fique por dentro – esportes olímpicos. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2006. p.63-67. (Fragmento)
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