Poema das reformas
É preciso reformar a casa,
Abrir as janelas,
Que o vento penetre
Em todos os cantos.
É preciso destruir as cercas,
Que as crianças entrem,
Pisem nos canteiros,
Construam a sua alegria.
É preciso reformar a rua,
Que todos andem por ela.
As lojas, os bares, os cinemas
Nos mantenham assim
Unidos e em paz
É preciso reformar a cidade.
É preciso, antes e sempre,
Reformar o homem.
É preciso despi-lo,
É preciso mostrar
Que todos somos irmãos.
É preciso um novo dilúvio.
É preciso reescrever os livros
É preciso reencontrar a terra
É preciso que uma torrente
Invada todos nós
E lave nossa alma.
Cláudio Murilo, Poesia viva, Civilização Brasileira.
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