sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Leia o trecho de uma reportagem sobre o naufrágio do Titanic, um luxuoso transatlântico considerado “inafundável”.



No dia 10 de abril de 1912, o Titanic partiu de Southampton, Inglaterra, para duas paradas antes de cruzar o Atlântico em direção a Nova York. (...]


Durante a viagem, avisos foram enviados por barcos menores ao Titanic, avisando da presença de
icebergs na rota. Inexplicavelmente, nenhuma das mensagens chegou à ponte de comando. Às 23h40 do dia 14 de abril de 1912, uma noite fria, o céu limpo e sem lua, dois vigias avistaram um vulto enorme à frente: um iceberg. Imediatamente, os motores foram revertidos, mas já era tarde. Abaixo da linha-d’água, o iceberg colidiu com o casco, estourando rebites e abrindo fissuras por uma extensão de 91 metros ao longo do casco. Imediatamente, os compartimentos de segurança foram fechados, mas o limite para a navegabilidade era de quatro divisões. Cinco compartimentos foram inundados, forçando a proa do navio para baixo.

A evacuação do navio começou uma hora após o impacto, mas havia apenas 20 botes salva-vidas, suficientes para 1.178 pessoas. [...]

Enquanto a água ia preenchendo a proa através do rasgo, no convés tudo parecia tranquilo. Ninguém se mostrava disposto a entrar nos pequenos botes em uma noite tão gelada como aquela. Não parecia perigo iminente. Por essa razão, muitos botes com capacidade para 40 pessoas desceram com menos de 1/4 da capacidade. Isso faria falta nos minutos seguintes.

Somente quando a proa começou a afundar, os botes começaram a ser procurados. Às 2h05, a proa já havia afundado, e a água do mar já cobria o convés. Do convés, a água transbordou pelos anteparos, enchendo o resto do interior do navio. Cinco minutos depois, a popa se levantou da linha d'água, deixando as hélices de propulsão à mostra. Uma das chaminés não aguentou a força da gravidade e quebrou, caindo sobre a ponte e matando pessoas na água. Quem ainda estava a bordo tentava escalar o convés em direção à popa. A inversão de gravidade foi demais para a estrutura do Titanic, que rachou ao meio entre a terceira e a quarta chaminé. A proa afundou completamente, e a popa seguiu para o fundo às 2h20.

Os pedidos de socorro do Titanic foram atendidos, mas os navios mais próximos demoraram a chegar. Os felizardos que conseguiram se salvar com os botes remaram para longe da tragédia. O medo de que fossem atacados por sobreviventes desesperados fez com que apenas dois deles voltassem para procurar mais passageiros perdidos no mar escuro e frio. A água gelada matou a maioria por hipotermia, num total de 1.517 mortes e apenas 706 sobreviventes.


Revista Conhecer Fantástico. Ano 3. São Paulo, Arte Antiga.

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